Redação   Quem acompanha a polarização formada, com o consequente “tiroteio” entre o governador Pedro Taques (PSDB) e o ex-prefeito Mauro Mendes (Dem), ambos pré-candidatos ao Governo do Estado, já deve ter percebido que com frequência os dois políticos fazem menção ao ex-governador Silval Barbosa em seus embates, através de entrevistas e declarações à mídia.   No entrevero entre Taques e Mendes é raro não surgir referência ao nome de Silval, quer seja por parte do ex-prefeito de Cuiabá, para dizer que o ex-governador foi melhor que o atual, ou quando se trata de respostas de Taques às comparações de Mauro,  para “carimbar” a suposta simpatia e preferência de Mauro Mendes pelo ex-governador.   Enquanto essa briga avança entre os dois, tendo Barbosa como mote, um terceiro pré-candidato a governador, no caso, o senador Wellington Fagundes (PR) – que, aliás, participou da gestão estadual passada com várias indicações suas para cargos estratégicos -, foge de comparações entre o passado e o agora. Foca no futuro.    Sem entrar em confrontos com seus possíveis, e mais renhidos concorrentes, Fagundes acena com uma proposta desenvolvimentista e de conciliação para Mato Grosso. E com isso, obviamente, espera furar a polarização acirrada que está se estabelecendo entre Pedro Taques e Mauro Mendes.   A aposta do republicano está clara; ele quer abrir espaços para uma terceira via, se colocando como alternativa menos radical.   “Referência”   Silval Barbosa passou a ser “referência”, a partir de entrevista recente em que Mauro disse que à época do ex-governador, Mato Grosso apresentava uma situação financeira melhor que a atual.   Foi a gota d’água para o contra-ataque de Pedro Taques, que há tempos já vinha sendo criticado pelo seu antigo aliado, o ex-prefeito de Cuiabá.   “Mauro comunga e gosta da roubalheira da gestão passada?”, indagou o ex-governador, após ser provocado.   “O cidadão comum falar isso você até perdoa, agora um empresário do porte dele, um ex-prefeito da Capital falar isso é porque comunga com a roubalheira da administração passada? Ele comunga? Gosta? Quer a roubalheira?”, questionou Taques.   Para reforçar a tese de que sua gestão é frontalmente contrária à de Silval, o governador argumenta com a decisão do Tribiunal de Contas do Estado (TCE) que aprovou suas contas por unanimidade.   “Veja o voto do conselheiro do TCE-MT, Luís Henrique, ao aprovar nossas contas de Governo por unanimidade. Ele disse que comparar nossa administração com a passada é fruto daquele que não conhece as contas”, acrescentou Taques.   Recuperação Judicial   Taques não deixou “barato” a crítica de Mauro e mencionou a situação financeira do grupo Bipar, de propriedade de Mauro Mendes, que está em recuperação judicial.    “Não vim aqui discutir Mauro Mendes. Na eleição vamos discutir muito as ações de cada um. Agora, um cidadão quebrado, em recuperação judicial. A pessoa jurídica está quebrada, a pessoa física milionária.... ele deve, proporcionalmente, mais que o Estado de Mato Grosso”, disse o tucano.   “Existem mais de 800 trabalhadores esperando pra receber do Mauro. Ele não tem a mínima legitimidade para criticar nossa administração”, fulminou Taques.