CAMPANHA: Enquanto “pobreza” de recursos afeta o marketing político, “safra” de pesquisas aquece mercado eleitoral em MT

CAMPANHA: Enquanto “pobreza” de recursos afeta o marketing político, “safra” de pesquisas aquece mercado eleitoral em MT urna
Por Mário Marques de AlmeidaCom restrições legais para gastos com campanhas que impedem por exemplo doações de empresas a candidatos , além da Justiça brasileira haver “acordado” para punir a prática antiga, mas ilegal de que caixa 2 é crime, a expectativa para o pleito deste ano é de que teremos disputas eleitorais com estruturas mínimas de propaganda.Vislumbra-se um cenário de “pobreza”, que a afeta drasticamente a “indústria” de marketing político e os profissionais (via de regra, publicitários, jornalistas , técnicos, produtores de vídeo e pessoal de apoio) que atuam no setor. Nesse segmento, apenas os institutos de pesquisas, que também atuam e têm no mercado eleitoral um de seus mais fortes “nichos” de faturamento, estão se salvando da “quebradeira”.As empresas de pesquisas de uma maneira em geral (pequenas, médias ou grandes), se perderam faturamento é um volume pequeno quando comparado com o de outras atividades conexas e do mesmo ramo de produtoras, assessorias de Imprensa e marketing eleitoral. Outro setor penalizado pela restrição de despesas com campanhas é o de gráficas, que tinha nas eleições um forte aumento na demanda por serviços – o que deverá diminuir com o corte de verbas nestas eleições.SAFRAAlém da safra “gorda” iniciada recentemente de pesquisas registradas que já estão inundando  Mato Grosso e o país, desde o começo deste ano os institutos que medem as intenções de votos – pesquisas quantitativas - ou  fazem estudos e projeções sobre tendências eleitorais (as chamadas qualitativas), já vinham fazendo trabalhos de cunho interno, que não são para divulgação pública, e sim para consumo de partidos, lideranças políticas e até corporações empresariais interessadas em acompanhar os potenciais de candidatos e partidos.   Afinal, informações que, dependendo do perfil ideológico e compromissos eleitorais desse ou daquele candidato (ou candidata), podem nortear investimentos do setor privado. Ou fazer com que o empresariado fique com um pé atrás, receoso sobre a eventual chegada ao poder de candidato “anti-mercado”. Numa mostra de que, ao contrário da crise que já se abate sobre a propaganda e consultorias de marketing e imprensa dedicadas às eleições, os institutos de pesquisas foram pouco afetados pela diminuição dos recursos, é o fato que apenas em Cuiabá um total de 10 pesquisas foram registradas. Já no plano nacional, o Ibope registrou duas pesquisas que devem ser divulgadas no próximo dia 28.MercadoNo entanto, fontes tradicionais do setor de assessoramento em campanhas, ouvidas por este jornalista, embora reconheçam que há um encolhimento no trabalho  nessa área, acreditam que o mercado ficará apenas mais seletivo e aqueles profissionais com experiência e notória capacidade não ficarão sem atuar nas campanhas. “Há sempre espaços para estes”, afirmou um profissional do marketing e do jornalismo, que já atuou em várias campanhas no Estado e pediu reservas sobre a divulgação de seu nome.Entende-se a cautela: é época de sondagens, entendimentos e conversações com candidatos e seus grupos e, nessas horas, a confidencialidade é importante.Mário Marques de Almeida é jornalista