Com intervenção do Estado e da Prefeitura nas negociações, greve chega ao fim na Santa Casa e pacientes do SUS voltam a ser atendidos

Com intervenção do Estado e da Prefeitura nas negociações, greve chega ao fim na Santa Casa e pacientes do SUS voltam a ser atendidos santa casa
RedaçãoCom o fim de uma greve de 30 dias, encerrada ontem (29) após um demorado acordo de negociação que durou duas semanas entre a direção da  Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá e seus servidores, o hospital retoma os atendimentos e internações de pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nesta quinta-feira (30). A paralisação foi ocasionada por atrasos no pagamento dos salarios dos 400 funcionários da entidade. O acordo para encerrar o movimento grevista ocorreu durante a 2ª audiência de conciliação entre as partes no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).Ficou pactuado entre as partes o pagamento dos funcionários que estão com salários atrasados há dois meses. A proposta aceita pela categoria inclui pagar de imediato parte do valor em atraso, que corresponde a uma folha e meia, cerca de R$ 2,3 milhões.O pagamento deve cair nas contas dos servidores nesta quinta-feira e, com isso, eles voltam ao trabalho em sua totalidade, segundo informa o sindicato da categoria. GOVERNO DO ESTADO   Cabe ressaltar que o fim da greve deve ser atribuído, em grande parte, à participação do Governo do Estado e da prefeitura de Cuiabá, que interviram no caso.Nesse sentido, representantes do Estado, do Município, da direção e funcionários da Santa Casa estiveram presentes para firmar o adiantamento de repasses no valor de R$ 6 milhões em duas parcelas para quitar a folha em atraso.A assessoria do hospital explicou que R$ 1,5 milhão será pago pelo Estado até sexta e a Santa Casa fará um aporte de R$ 800 mil. Até o dia 5 de setembro o Município fará o repasse dos outros R$ 1,5 milhão. Sendo que a parte final do acordo -  R$ 3 milhões -- devem ser depositados até o dia 5 de outubro. Tanto Governo Estadual e o Municipal estão em dia com os repasses, mas se prontificaram a fazer o adiantamento em forma de um empréstimo, sem o qual os trabalhadores, muito possivelmente, não teriam recebido seus salários.Dante da crise gerada pelos atrasos salariais, ficou acertado como parte do acordo a realização de auditorias na contabilidade da Santa Casa, além da criação de um comitê para auxiliar na gestão do hospital, incluindo a proibição do nepotismo e uma  penalização pecuniária ao gestor caso não devolva o empréstimo em até 120 dias. Essas propostas, que de certa forma caracterizam uma ingerência externa na administração do hospital, a princípio foram contestadas pela direção, mas acabou aceitando as condições impostas.