O deputado federal Eduardo Bolsonaro voltou a mirar no governador Mauro Mendes, aprofundando a disputa interna que há semanas expõe feridas dentro da direita brasileira. Em vídeo divulgado nas redes sociais na noite de quarta-feira, o parlamentar chamou Mendes de homem de geleia, ironizou sua relevância política e afirmou que é por causa de figuras como o governador mato-grossense que a população perdeu a confiança na classe política.

Eduardo disse que políticos que não sustentam bandeiras ideológicas acabam reforçando a imagem de que a política está cheia de estelionatários e de gente que não cumpre palavra. Em tom de crítica direta, afirmou que Mendes não é conhecido dentro da direita porque não abraça pautas conservadoras e prefere atuar de acordo com conveniências.

O vídeo também traz trechos em que Mauro Mendes comenta o cenário envolvendo Jair Bolsonaro, afirmando que o ex-presidente estaria sendo injustiçado. O governador citou que Lula chamou Bolsonaro de camisa 10 e criticou o impacto político da atuação do parlamentar nos Estados Unidos, mencionando o episódio em que Eduardo defendeu tarifas impostas por Donald Trump, fato que, segundo Mendes, teria prejudicado o agronegócio brasileiro.

Eduardo reagiu reforçando sua narrativa de perseguição política e reiterando a defesa da anistia aos presos de 8 de janeiro, tema que trata como prioridade absoluta dentro do movimento conservador. Disse ainda que não pretende criar crise na direita, mas pressionar aliados que, em sua visão, se omitem na hora de defender pautas essenciais.

O deputado alegou que tentam pintá-lo como irracional para desqualificar suas cobranças, mas sustentou que sua postura é coerente com o que acredita ser justo. Afirmou que não vai recuar diante das críticas e que seguirá atento ao que considera o jogo real que está sendo jogado na política, especialmente num momento em que disputas internas passam a ganhar mais espaço que o debate programático.

A troca de ataques adiciona mais combustível a uma tensão que já vinha crescendo. Mendes e Eduardo se tornaram protagonistas de um embate que, em vez de pontual, começa a assumir contornos de disputa por espaço e narrativa dentro da direita nacional.

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