Blairo Maggi lamenta desvio milionário na Bom Futuro e diz que caso expõe crise de confiança nas empresas

Blairo Maggi lamenta desvio milionário na Bom Futuro e diz que caso expõe crise de confiança nas empresas reprodução

O ex-governador Blairo Maggi (PP) se manifestou publicamente sobre o desvio de mais de R$ 10 milhões da Bom Futuro, grupo comandado por seu primo Eraí Maggi Scheffer. Durante coletiva concedida no Parque Novo Mato Grosso, na noite desta quinta-feira, enquanto participava de um treino da Stock Car, Blairo afirmou que o episódio é “lamentável” e representa um reflexo do cenário social atual.

Para ele, mesmo grandes conglomerados do agronegócio, que operam com rígidos controles internos, não estão imunes a fraudes cometidas por funcionários de longa data. Blairo destacou que situações assim machucam ainda mais quando envolvem colaboradores antigos, que desfrutavam de plena confiança da direção.

“Esse problema de desvios nas empresas é muito chato. Vira e mexe você tem. As empresas são reflexos da sociedade e a gente vive momentos muito difíceis. Tem muitos controles, a gente corre atrás e fecha portas, mas às vezes acontece isso e é muito ruim, é lamentável”, afirmou.

Blairo, que também comanda um dos maiores grupos do agro no país, lembrou que a Amaggi já enfrentou episódios semelhantes. Segundo ele, não há sistema que elimine totalmente o risco quando o golpe parte de alguém que conhece bem a estrutura da empresa. O ex-governador disse ainda que não conversou com Eraí ou com os demais diretores da Bom Futuro após a prisão do ex-funcionário, mas acredita que todos estejam bastante abalados. “Devem estar muito chateados”, resumiu.

O caso ganhou repercussão depois que Welliton Dantas, ex-funcionário da Bom Futuro, confessou à Polícia Civil ter desviado mais de R$ 10 milhões por meio de notas fiscais emitidas em nome de empresas inexistentes, supostamente responsáveis por transportar gado. A investigação aponta que o dinheiro foi usado para comprar carros de luxo, terrenos e outros bens.

Em depoimento, Welliton reconheceu a gravidade do crime e afirmou que não acredita que seu erro seja “perdoável”. O ex-funcionário também agradeceu pela oportunidade de ter trabalhado no grupo, que foi seu primeiro emprego de carteira assinada.

A Polícia Civil segue aprofundando a apuração e não descarta novos desdobramentos.