Mendes responsabiliza governo Lula por juros altos e diz que país “cria despesa todo dia”

Mendes responsabiliza governo Lula por juros altos e diz que país “cria despesa todo dia” MAYKE TOSCANO/SECOMMT

O governador Mauro Mendes (União Brasil) voltou a atribuir ao governo federal a dificuldade de reduzir os juros no país, argumentando que o Brasil enfrenta problemas porque gasta mais do que arrecada. Segundo ele, o governo federal convive com um endividamento que impede a queda das taxas e pressiona o Banco Central a manter uma política mais dura. A declaração foi dada nesta quinta-feira, 27 de novembro.

"O Governo Federal brasileiro, ele tem dificuldade, porque ele deve demais, não consegue pagar nenhum juro. Então, ele mantém o juro alto por conta das contas federais do chamado débito fiscal", disse.

Durante entrevista, Mendes classificou a independência do Banco Central como uma prática consolidada no cenário internacional e lembrou que, apesar das críticas feitas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao antigo presidente da instituição, Roberto Campos Neto, nada mudou após a nomeação do atual comando feita pelo próprio Planalto. Para o governador, isso demonstra que o problema não estava na gestão anterior, mas sim na percepção do mercado sobre o comportamento fiscal do país.

Mendes reforçou que a redução consistente dos juros só deve ocorrer quando houver confiança de que o governo federal controla suas contas. Ele afirma que o cenário atual é marcado pela criação constante de novas despesas sem clareza sobre como serão financiadas. Para o governador, o país enfrenta um dilema: ou aumenta impostos — algo que considera insustentável — ou adota medidas mais rígidas de equilíbrio econômico.

"Os juros só vão baixar no país quando nós tivermos a sensação, o mercado financeiro, os emprestadores para o próprio próprio governo federal, que as coisas mudaram e que o governo tem mais responsabilidade com quanto ele arrecada e quanto ele gasta [...] ou aumenta-se os impostos que ninguém aguenta mais nesse país ou você muda o rumo da economia", concluiu.