Os três filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro, reagiram publicamente às críticas feitas por Michelle Bolsonaro contra a condução do Partido Liberal no Ceará. O caso ganhou repercussão nacional e expôs um novo desentendimento dentro do núcleo político da família.

A ex-primeira-dama questionou a aproximação do PL cearense com o ex-ministro Ciro Gomes durante evento no estado, afirmando que a articulação era precipitada e incompatível com o histórico de ataques de Ciro a Bolsonaro. Ela participou do lançamento da pré-candidatura do senador Eduardo Girão ao governo do Ceará e, diante da plateia, criticou diretamente a construção política conduzida pelo deputado estadual André Fernandes, presidente do PL no estado.

Flávio Bolsonaro foi o primeiro a responder. O senador afirmou que Michelle atropelou uma discussão que teria sido autorizada pelo próprio Jair Bolsonaro e classificou a postura como autoritária e constrangedora. Segundo ele, André Fernandes é hoje uma das principais lideranças da direita no Ceará, razão pela qual a crítica pública teria sido injusta.

Na sequência, Eduardo Bolsonaro publicou manifestação defendendo Fernandes. O deputado afirmou que o colega apenas seguiu a orientação política definida pelo pai e que não poderia ser criticado por obedecer ao líder do grupo. Para Eduardo, a reação de Michelle passou do ponto e expôs um desgaste desnecessário.

Carlos Bolsonaro também se pronunciou. O vereador reforçou a posição dos irmãos e disse que a liderança do ex-presidente precisa ser respeitada acima de disputas internas. Carlos declarou que o momento exige união e cautela diante de pressões externas.

O conflito ganhou força após Fernandes declarar que, se a aliança era precipitada, então era precipitação do próprio Bolsonaro, já que o movimento tinha sido construído com aval dele. O parlamentar se tornou o centro do embate entre Michelle e os filhos, que tentam manter coesão do grupo político às vésperas das definições para 2026.

O episódio amplia a disputa por espaço dentro do bolsonarismo e revela divergências entre a ex-primeira-dama e os filhos do ex-presidente na condução estratégica do PL em alguns estados. A crise também intensificou o debate sobre quem de fato conduz as decisões políticas no entorno de Bolsonaro.