"Comendador" Arcanjo ganha a liberdade, mas o MPE é contra a soltura

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Redação Após  cerca de 15 anos preso, o bicheiro João Arcanjo Ribeiro, finalmente, deixará a prisão na próxima segunda-feira (26). Às 14h desse dia ele participará de uma audiência admonitória na 2ª Vara Criminal de Cuiabá, presidida pelo juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, quando será cientificado sobre as regras que terá que cumprir em regime de liberdade, mas com medidas restritivas e cautelares. Entre as quais o uso de tornozeleira eletrônica..A progressão de regime do fechado para o semiaberto foi deferida no final da tarde de ontem pelo juiz Jorge Tadeu, que considerou o bom comportamento carcerário durante os 14 anos e 9 meses que o ex-comendador esteve preso, além do laudo psiquiátrico feito em Cuiabá e um laudo psicológico feito na Penitenciária Federal de Mossoró (RN), que atestam sua recuperação.O magistrado também levou em consideração o fato que Arcanjo já tem direito ao benefício desde o dia 26 de agosto do ano passado. Inclusive, coincidentemente, no dia da audiência completará seis meses que já alcançou o tempo necessário para ser posto em liberdade.MP CONTRA  No entanto, a ordem de soltura vai contra parecer do Ministério Público Estadual (MPE). O órgão entende o ex-bicheiro representa risco a ordem pública por voltar a delinquir. Segundo o MPE, Arcanjo responde a diversos processos criminais, sendo que dois deles já existem julgamentos marcados, apontando ainda que existem elementos suficientes para condená-los.“... o reeducando é acusado por crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e crimes contra a vida, além de que possui contra si vasto histórico de atuação como chefe de uma organização criminosa temida pela sociedade deste estado”, cita trecho do relatório. O Ministério Público alega também que, por alto poder aquisitivo, Arcanjo poderá fugir para evitar voltar a ser preso em eventuais condenações futuras.