- Home Page
- Política
- O “X” DA QUESTÃO: Eleição plebiscitária e desacertos econômicos são obstáculos no caminho da reeleição de Pedro Taques
O “X” DA QUESTÃO: Eleição plebiscitária e desacertos econômicos são obstáculos no caminho da reeleição de Pedro Taques
|
05/03/2018 - 04:21
tw
Por Mário Marques de Almeida
Se o pleito deste ano se encaminhar para apenas duas chapas para o Governo do Estado, uma delas encabeçada por Pedro Taques (PSDB), que articula sua reeleição, e outra que está se desenhando, provavelmente com o senador Wellington Fagundes (PR), a vitória nas urnas fica imprevisivel.
Para o atual governador, que carrega o ônus de administrar e enfrenta desgastes de uma gestão que assumiu o Estado em situação de anormalidade política e administrativa e pegou pela frente uma das maiores crises econômicas da história recente do país (e por consequência, de Mato Grosso), uma eleição plebiscitária, ou seja, com ele enfrentando outro candidato com densidade política, como é o caso do senador republicano, é o pior cenário eleitoral para quem pretende se reeleger.
Isto porque, em que possa ser favorecido por um “portfólio”" de muitas obras para apresentar em diversos setores, notadamente no de pavimentação asfáltica, Taques enfrenta dificuldades por conta de desacertos na área econômica – grande parte, “herança” da gestão passada, e outra parcela por erros primários cometidos no início de seu governo pelos responsáveis pelo planejamento que cometeram “barbeiragens” notórias na elaboração do orçamento, inflando repasses para os poderes e outras demandas e pelas quais o Executivo até hoje se vê com dificuldades de caixa para honrar esses compromissos.
Quando o governador resolveu trocar a linha de comando na esfera do planejamento, instituições que tiveram suas dotações alavancadas substancialmente não quiseram abdicar dos aumentos de repasses que, em algumas situações, chegaram a 35%.
Este clamoroso erro primário – não intencional, é verdade - de quem “pensou” e projetou a evolução de receitas x despesas e sobre o qual o próprio governo do Estado evita fazer “mea culpa” ou nominar seus autores, somou-se aos desmandos da era Silval Barbosa (estes, cometidos de má-fé) e criou um “monstrengo” que vem exaurindo a arrecadação do Tesouro estadual, deixando poucos recursos para investimentos próprios e vem penalizando fornecedores, levando à penúria e dificuldades extremas os pequenos que não podem se socorrer de outras fontes ou empréstimos, além de fazer com que o Palácio Paiaguás “represe” o atendimento de segmentos importantes e que foram úteis na eleição que levou Pedro Taques ao comando do Estado em 2014.
Voltando à cena propriamente eleitoral e considerando esses fatores adversos enfrentados pela situação, conclue-se que uma eleição tipo “ama ou odeia” Pedro Taques, para quem tem, conforme é o seu caso, atribuição de governar em meio à crise, a chamada “máquina pública” tem o seu aspecto de “fardo” para carregar. O que “zera” a relação entre “bônus e ônus” e contrapõe as vantagens de quem possui a caneta na mão para fazer nomeações e editar eventuais atos.
Diante do que explanamos nas linhas acima, o mais adequado para Pedro Taques tentar se reeleger seria ele, e mais dois candidatos.
Melhor explicado, uma candidatura à sua esquerda, representando forças partidárias alinhadas ao PDT, PT, PSB, PSOL e PcdoB, por exemplo, e uma outra à direita de Taques, que pode ser alguem com o perfil de Wellington Fagundes ou similar.
Nessas circunstâncias, correndo então pelo centro, Pedro Taques teria mais facilidade para vencer o pleito que na versão plebiscitária.
Com três candidaturas, forçosamente, a disputa seria decidida em segundo turno e quando as parcelas de eleitores que votaram com “raiva” de Pedro Taques tenderão a um segundo voto mais racional, pois que já fizeram a sua “catarse” e deglutiram o “ódio”. Sobretudo os enormes contigentes de servidores públicos, que, após uma análise menos emocional, poderão optar por Taques, considerando que este estará no segundo turno.
Nessas alturas do campeonato, Taques deverá ser favorecido no chamado comparativo entre modelos de gestão.
A dele não é nenhum “mar de rosas”, mas e bem intecionada e tem buscado o “caminho das pedras”.
Daí, os que realmente vão definir nas urnas, vai que resolvam dar-lhe mais uma chance para corrigir equívocos do “aprendizado” da governança e aprofundar as medidas corretas que ele vem tomando.
Mário Marques de Almeida é jornalista e diretor do Página Única