Governador diz que “não pode amarrar ninguém e levar para se vacinar”; secretário afirma que “negacionismo” causa mortes em MT

Governador diz que “não pode amarrar ninguém e levar para se vacinar”; secretário afirma que “negacionismo” causa mortes em MT
Redação O governador Mauro Mendes e seu secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, em declarações a jornalistas, nesta quarta-feira (16), explicaram o esforço do Estado para disponibilizar estoques de imunizantes contra a Covid-19 e desenvolver campanhas conclamando as pessoas a se vacinarem. Demonstrando decepção com resistência de uma parcela expressiva da sociedade mato-grossense a procurar unidades de saúde ou locais de vacinação, Mendes foi taxativo: “Vacina tem, não falta vacina para quem quer vacinar. Campanha para vacinar fazemos sempre, está na TV e no rádio e sempre que posso eu falo da vacinação. Agora, eu não posso ir na casa de ninguém, amarrar o sujeito e levá-lo para vacinar em uma camisa de força. As pessoas tem que querer vacinar, querer salvar suas vidas”, declarou. A fala do governador faz contraponto a dados do Ministério da Saúde desta terça-feira (15), que apontam Mato Grosso com maior taxa de mortalidade entre os Estados por Covid-19, com 410 óbitos por 100 mil habitantes durante a pandemia. De acordo com Mendes, a maioria das mortes que ocorrem atualmente no Estado são de pessoas sem cobertura vacinal completa e com comorbidades. Lamentando as perdas de vidas, Mendes reitera: “Quem acredita nisso (que vacina não funciona) está se dando mal infelizmente, porque 85% - e não é só em Mato Grosso, é no Brasil e no Mundo – de quem está morrendo são pessoas com morbidades ou que tomaram só uma dose ou não se vacinaram”, afirmou. “Então, temos tranquilidade que o Governo está fazendo sua parte: tem vacina, local para vacinar, agora as pessoas têm que salvar as próprias vidas”, completou. Dados da Pandemia De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, na terça-feira, Mato Grosso registrou 23 mortes e 3.789 novas confirmações de casos de coronavírus nas últimas 24 horas. Mato Grosso ocupa as primeiras posições em número de mortes decorrentes da covid-19 e é um dos que menos imunizou sua população. Figueiredo Para o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, o negacionismo e as fake News que aumentam sua veiculação nas redes sociais, combatendo as vacinas e espalhando medo nas pessoas, são os principais fatores para impedir o avanço da imunização contra a Covid-19 no Estado. Diante do fato que está sobrando doses de vacinas no Estado, o que leva a risco de que o medicamento se deteriore por falta de capacidade para estocar, o secretário informa que será solicitado ao Ministério da Saúde a redução no repasse de doses.  “Temos capacidade limitada. Tem cidades que não têm como armazenar por muito tempo certas vacinas que precisam de temperatura negativa”, afirmou. No entanto, Gilberto garantiu que não há risco de perder vacinas. Segundo ele, “se vermos que está perto de vencer, fazemos a logística reversa, com retorno ao Ministério (da Saúde) ou encaminhamento a outros estados”, explicou. “Existe vacina o suficiente. Existe cada vez mais um pensamento negacionista para afastar as pessoas dos postos de vacinação”, destacou. O secretário elencou que os gastos com manutenção de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para quem tem sintomas mais graves devido à ausência de vacinas, poderiam ser evitados, além de que mais vidas poderiam ser salvas com a imunização. “Mudar estatística é vacinar pessoas. Nós lançamos o mais robusto programa de incentivo a vacina. Que é o imuniza MT”.