PEGOU MAL: Após ficar quase quatro anos apoiando e também sendo apoiado por Taques, o ex-senador Jayme Campos rompe com o governador

PEGOU MAL: Após ficar quase quatro anos apoiando e também sendo apoiado por Taques, o ex-senador Jayme Campos rompe com o governador JAYME E TAQUES
Análise política   Por Mário Marques de Almeida   A história do antigo PMDB (hoje MDB), que ficou até quase no final da gestão do ex-governador Dante de Oliveira, participando em cargos no governo com o qual rompeu às vésperas da eleição de 1.998 para apoiar o então senador Júlio Campos (à época, PFL e agora Dem), que acabou sendo derrotado e Dante se reelegeu governador, pode se repetir em Mato Grosso. Em nova versão, é óbvio, e com outros protagonistas. De antigo nessa história: a presença de Júlio que continua vivo e são, graças a Deus!    Para refrescar a memória dos que não se lembram ou desconhecem essa parte referente à movimentações equivocadas da política estadual, é oportuno esclarecer que, naquela época, Dante de Oliveira – um dos maiores líderes da história (e não só política) de Mato Grosso - enfrentava grande rejeição e ganhou “oxigênio”, renovou o discurso e venceu uma eleição que era considerada perdida por muitos, a partir da “barbeiragem” cometida pelo PMDB e PFL, firmando uma aliança esdrúxula, desastrada e que acabou sendo rejeitada pela maioria dos eleitores.  Jaymes Campos (à direita) abre "fogo amigo" sobre Taques, o que leva crer em rompimento político   Melhor explicado: a repetição histórica dessa passagem político-eleitoral e suas consequências pode ocorrer nos dias atuais em função da declaração de guerra de Jayme Campos, que abriu as baterias contra Pedro Taques, colocando “mil e um defeitos” no tucano e na gestão deste.   Até ai, tudo bem. Críticas e divergências em política são naturais e mais naturais ainda ficam, quando são feitas desde o início, a exemplo das que faz o pedetista Zeca Viana.Fora desse cenário, rupturas drásticas, extemporâneas como a protagonizada, neste sábado (19), pelo ex-senador Jayme Campos, soam estranhas, para dizer o mínimo, e podem acabar pegando mal perante a sociedade, ou seja a maioria das pessoas que não engrossam nenhum tipo de militância partidária, apenas votam – e observam as condutas das lideranças políticas! E costumam recriminar nas urnas aquilo que consideram desproporcional ou incoerente.A observação desses espectadores - cujo erro de muitos políticos é achar que eles são apenas agentes passivos e não sabem avaliar eventuais incongruências de líderes partidários e mandatários – passa a ficar refinada quando acontecem esses tipos de guinadas de difícil explicação, que mais lembram a dos que abandonam o navio... depois de ficarem por largo tempo no "bem bom" do cruzeiro. Nessas ocasiões, não é incomum o comandante da embarcação, com o desembarque o navio ficar mais "leve", conseguir atracar em um porto seguro! Nesses momentos as pessoas começam a se lembrar que a partir de 2016, desde o começo da gestão da prefeita de Várzea Grande, Lucimar Campos (Dem), esposa do ex-senador Jayme Campos, foi estabelecida com o  Governo do Estado uma parceria política e administrativa muito forte que ficou evidente para a população daquela cidade e de grandes parcelas do Estado. O que não faltou nesse acordo foram obras e serviços, aliás, dos quais o povo varzea-grandense é merecedor, haja vista que até Pedro Taques assumir a chefia do Executivo mato-grossense os investimentos estaduais eram mínimos naquela cidade, exceto os das obras questionadas (muitas das quais, inacabadas) da Copa do Mundo, executadas na administração de Silval Barbosa.Ainda nessa até recém-união entre Taques e Campos, convém lembrar que foi o atual governador tucano que “engessou” o seu próprio partido, o PSDB, não deixando que este  lançasse candidato à prefeitura de Várzea Grande, em 2016, contribuindo dessa forma para viabilizar a eleição da atual prefeita. Quer melhor parceria?! Outro lado da moeda. Confira o que agora disse Jayme Campos sobre seu então grande aliado Pedro Taques ao qual se referia até recentemente com fartos elogios, especialmente quando da assinatura de convênios e outros atos governamentais de apoio à gestão dos Campos:Jayme acusou o atual Governo de "fraude e estelionato". Só não se referiu, é claro, quando Taques articulou para impedir o PSDB de concorrer contra o Dem em VG.Sobre as obras e serviços:  "Essa transformação que a gente ouve, pra mim não colou. Essa transformação foi o maior estelionato, fraude que nós tivemos nestes últimos anos aqui em Mato Grosso", bradou Jayme."Não vim aqui (mas foi!) para criticar ninguém, mas posso dizer que a decepção foi grande. Eu votei, trabalhei, assim como Mauro, Fabinho, e vários aqui votaram e trabalharam. E o resultado foi muito pouco. Mato Grosso arrecada R$ 2 bilhões por mês, é o Estado que mais cresce sua receita. Por isso, pergunto para vossas excelências, aonde está indo esse dinheiro", questionou. "Imagino que o gato não comeu o dinheiro. Está faltando gestão. A gestão depende da capacidade administrativa. O cidadão que nunca tocou um carrinho de pipoca, ou um carrinho de cachorro quente, não tem capacidade de gestão pública. Eu provo isso porque tenho acompanhado a evolução do Estado", assinalou Jayme Campos.EM TEMPO: A fala do ex-senador ocorreu durante encontro do Dem, sábado, na cidade de São José dos Quatro Marcos, na região óeste de Mato Grosso.