CORRUPÇÃO NO FUTEBOL: Como funcionava manipulação de resultados na Serie B; esquema envolvia jogador do Cuiabá

CORRUPÇÃO NO FUTEBOL: Como funcionava manipulação de resultados na Serie B; esquema envolvia jogador do Cuiabá
Redação, com informações da Agência Estado Investigação do Ministério Público de Goiás teve início em novembro de 2022, a partir denúncia feita pelos dirigentes do Vila Nova, de GoiásMaterial apreendido durante a Operação Penalidade Máxima, realizada na terça-feira, 14, reforça os indícios de que houve manipulação em pelo menos três partidas da Série B do Campeonato Brasileiro do ano passado para atender a interesses de apostadores. E mais, aponta que os crimes se estenderam para jogos realizados este ano e o Ministério Público de Goiás não descarta a possibilidade de o esquema envolver também partidas da Série A do Brasileirão. Entre os atletas envolvidos está um jogador do Cuiabá, Mateus da Silva Duarte. O MP de Goiás afirma que não há indícios de dirigentes de clubes envolvidos, apenas jogadores e de um apostador. Como funcionava o esquemaUm apostador de fora de Goiás, por meio de sua empresa, cooptava atletas para que, mediante pagamento, alterassem o resultado do jogo. Esses jogadores tinham que realizar uma ação específica no jogo: cometer um pênalti ainda no primeiro tempo da partida. O esquema envolvia o resultado de mais de um jogo, no caso investigado, dos três jogos da ultima rodada da Seri B de 2022. Conversas de WhasApp de um celular apreendido com suspeito em São Paulo comprovam o esquema de manipulação. O que deu origem à investigaçãoA investigação teve início em novembro de 2022 a partir de uma denúncia feita pelos dirigentes do Vila Nova de Goiás sobre um esquema de apostas, envolvendo a manipulação de resultados em jogos da Série B. Quanto recebiam os jogadoresOs jogadores envolvidos recebiam R$150 mil, caso o resultado fosse o acordado, sendo que R$ 10 mil recebiam antes da partida e o restante ao fim do jogo. Quais foram os jogosOs três jogos que deram origem à investigação são da última rodada da série B. Na partida do Vila Nova, o jogador Romário teria recebido o adiantamento de R$ 10 mil, mas não cometeu o pênalti na partida, que ficou zero a zero, e passou a ser cobrado pelo ressarcimento do prejuízo. Qual o retorno com essas apostasO MP de Goiás não identificou todos os sites nos quais são feitas as apostas, apenas dois que estão hospedados fora do país. Os investigadores calculam que o lucro com a manipulação do resultado dos três jogos da última rodada da Série B seria de R$ 2 milhões. Quais os jogadores envolvidosGabriel Domingos de Moura - Vila NovaMarcos Vinícius Alves Barreira (Romário) - teve o contrato rescindido com o Vila Nova em novembro do ano passadoJoseph Maurício de Oliveira Figueiredo - TombenseMateus da Silva Duarte - ex-Sampaio Côrrea e hoje no Cuiabá Operação Na manhã de terça-feira, 14, foram cumpridos um mandado de prisão temporária contra Bruno Lopes de Moura, em São Paulo, e nove de busca e apreensão em Goiânia, São João del-Rei (MG), Cuiabá (MT), São Paulo (SP), São Bernardo do Campo (SP) e Porciúncula (RJ). Quais os próximos passosCom base no material apreendido na operação Penalidade Máxima, o MP de Goiás vai investigar indícios de que o esquema não envolvendo apenas pênaltis, mas apostas sobre resultado parcial no primeiro tempo, número de escanteios e de cartões amarelos e vermelhos. Há indícios de manipulação em pelo menos um jogo realizado em Goiás e em outros jogos de Campeonatos Estaduais neste ano. Os promotores não descartam a possibilidade de manipulação de resultado em jogos da Série A do Brasileirão. Crimes apuradosAssociação criminosa, lavagem de dinheiro e dois crimes previstos no Estatuto do Torcedor, que envolvem a corrupção em âmbito esportivo, com pena prevista de 2 a 6 anos de prisão.