Juíza aposentada e pré-candidata ao Senado que teve seguranças retirados pelo TJ reclama que ainda sofre riscos e ameaças

Juíza aposentada e pré-candidata ao Senado que teve seguranças retirados pelo TJ reclama que ainda sofre riscos e ameaças selma44
Redação O Tribunal de Justiça de Mato Grosso determinou que, no prazo de 48 horas, seja suspensa a escolta de seguranças fornecida à juíza aposentada e pré-candidata ao senado pelo PSL, Selma Arruda, alegando que não existe mais riscos no tocante a ameaças à integridade física da magistrada, tendo em vista que ela não decide mais sobre ações judiciais.No entanto, Selma Arruda, que é pré-candidata ao Senado pelo PSL, discorda dessa posição e diz que a mesma contraria o parecer da Coordenadoria Militar do próprio Tribunal. “Depois de dois meses de aposentadoria, essa medida é desproporcional ao trabalho desenvolvido por ela durante o exercício do cargo, sendo responsável pelos crimes cujos processos de alta complexidade tramitavam na 7ª Vara Criminal de Cuiabá”, diz a assessoria da juíza.A magistrada lembrou que outras personalidades do meio jurídico que também precisaram de escolta durante exercício do cargo e ingressaram na política, continuaram com o benefício mesmo após a aposentadoria. Um deles é o juiz federal Odilon de Oliveira, pré-candidato ao Senado pelo PDT de Mato Grosso do Sul.Odilon ficou conhecido por sentenciar traficantes internacionais e atuar em ações de combate ao crime organizado ganhou projeção nacional após ameaças de morte e a condenação de narcotraficantes tinha escolta da Polícia Federal.  Após a aposentadoria a decisão pela manutenção da escolta policial por prazo indeterminado foi garantida.O governador Pedro Taques (PSDB) também teve a escolta da Policia Militar do Estado mantida durante as campanhas ao Senado Federal e depois ao governo de Mato Grosso. Enquanto procurador da República, Taques recebeu escolta por investigar criminosos perigosos como Hildebrando Pascoal e João Arcanjo RibeiroSelma se aposentou em março, mas vinha mantendo seus seguranças em razão das ameaças que alegou sofrer por conta de sua atuação no Judiciário de Mato Grosso. Ela atuou como juíza da Vara Contra o Crime Organizado da Capital e teve uma carreira marcada por julgar políticos corruptos e organizações criminosas, especialmente de membros da facção criminosa Comando Vermelho. Em sua decisão, a Comissão de Segurança do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que é presidida pelo desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, apontou que não existem mais riscos à vida da magistrada e de sua família, bem como ameaças “reais” identificadas. Informou que o "índice de ameaças" reduziu de 73 para 63 nos últimos meses. O documento aponta ainda que Selma descumpriu protocolos de segurança, usando a escolta para eventos políticos e fins particulares, em razão da “pública e notória” candidatura ao Senado. Por este motivo, a comissão afirma que o pedido da magistrada aposentada “não deve prosperar”. “Considerando que a juíza aposentada, pré-candidata ao cargo de Senadora da República, está utilizando a escolta para eventos políticos e outros compromissos particulares que violam as regras de segurança instituídas pelo protocolo de segurança, entendemos que seu pedido não merece prosperar”, disse. Apesar de deliberar pelo fim da escolta à magistrada, a comissão não descartou a possibilidade de reativar a escolta caso fique demonstrada alguma situação de risco à Selma relativa à atuação dela enquanto magistrada. “A Comissão de Segurança de Magistrados do Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso delibera pela suspensão da proteção pessoal prestada à magistrada aposentada Selma Rosane Santos Arruda, concedendo o prazo de 48h para a sua implementação pela Coordenadoria Militar do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso”, afirma o trecho final da decisão. Além do desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, a comissão é formada pelos juízes Maria Rosi Borba, Marcos Faleiros e Bruno D’Oliveira Marques, além do coronel Benedito Ferreira.