"MÁFIA DA EMPURRATERAPIA": Fabricantes e grupo de médicos que receitava remédios contra vermes, mas ineficazes para a covid são condenados
"MÁFIA DA EMPURRATERAPIA": Fabricantes e grupo de médicos que receitava remédios contra vermes, mas ineficazes para a covid são condenados
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26/05/2023 - 05:28
Redação
A prática antiética, criminosa mesmo, da manjada "empurraterapia", a de empurrar e forçar a venda de medicamentos desnecessários em pacientes, ganhou dimensões assustadoras, na gestão de Jair Bolsonaro (ex-presidente que se transformou em espécie de "garoto propaganda" do chamado "kit covid", em especial da cloroquina, um antimalária que ele apregoava "curar" covid), começa a sofrer condenações da justiça brasileira.
Um exemplo disso é trazido a público, em matéria do g1, apontando que defensores do 'kit covid' foram condenados a pagar R$ 55 milhões por danos coletivos à saúde. Grupo, que contava com empresa fabricante de ivermectina, divulgou publicidade recomendando o uso de remédios inúteis contra o vírus. Investigados foram condenados em duas ações.
Esquemas sórdidos envolvendo inescrupulosamente a saúde pública e a vida humana atuaram para garantir lucros altíssimos. O faturamento da indústria farmacêutica Vitamedic, por exemplo, com a venda de caixas de ivermectina em 2020 foi de cerca de R$ 469,4 milhões. O valor é 2.925% superior ao faturamento de 2019 informado pela empresa, de R$ 15,5 milhões.
A decisão judicial pune, apenas em parte, os causadores de tantos malefícios a grandes parcelas da população brasileira que acreditando nesses remédios, gastou dinheiro à toa e colocou a saúde em risco. O que é gravíssimo e exige a punição de mais responsáveis pela propagação da falsa cura da Covid-19, em detrimento da imunização feita por vacinas.
Para saber mais sobre o assunto, confira, abaixo, matéria transcrita do g1 / Wesley Bischoff,
A Justiça Federal do Rio Grande do Sul condenou defensores do chamado "tratamento precoce" contra a Covid-19 a pagar indenizações no valor R$ 55 milhões por danos morais coletivos e à saúde. A decisão foi divulgada pelo Ministério Público Federal (MPF) nesta quinta-feira (25).
Segundo a denúncia, os acusados divulgaram um material publicitário que estimulava o consumo de medicamentos para o tratamento ineficaz contra a Covid-19, que também ficou conhecido como "kit covid".
A publicidade foi intitulada como "Manifesto Pela Vida" e foi assinada por um grupo chamado "Médicos do Tratamento Precoce Brasil".
No comunicado, os representantes defendiam o uso de medicamentos como hidroxicloroquina e ivermectina. No entanto, estudos científicos comprovaram a ineficácia desses remédios contra a Covid-19.
Segundo o MPF, a recomendação dos medicamentos no informe publicitário não indicava os possíveis efeitos adversos, além de estimular a automedicação.
A Justiça Federal condenou em duas ações a Médicos Pela Vida (Associação Dignidade Médica de Pernambuco) e as empresas Vitamedic Indústria Farmacêutica, Centro Educacional Alves Faria (Unialfa) e o Grupo José Alves (GJA Participações).
O g1 tenta localizar as defesas dos condenados.
A Vitamedic é fabricante de ivermectina e foi alvo da CPI da Covid, no Senado. De acordo com o MPF, a empresa financiou a publicidade irregular, com investimento de R$ 717 mil.
Cruzando dados fornecidos pela própria farmacêutica à CPI, o faturamento da Vitamedic com a venda de caixas de ivermectina em 2020 foi de cerca de R$ 469,4 milhões. O valor é 2.925% superior ao faturamento de 2019 informado pela empresa, de R$ 15,5 milhões.