RedaçãoEm função da greve dos caminhoneiros, que provoca crise de desabastecimento de combustíveis, genêros alimentícios , remédios e muitos outros produtos, a reunião dos governadores do Centro-Oeste que ocorreu na manhã de hoje (25), em Cuiabá, além das questões políticas, administrativas e econômicas rotineiras dos Estados, teve um foco extra: a paralisação dos condutores autônomos de cargas – um movimento que parou o país e vem recebendo adesões de outras categorias e entidades classistas.Anfitrião do evento, o governador de Mato Grosso e presidente do consórcio regional entre os Estados, Pedro Taques, informa sobre uma reunião prévia entre os governadores para tratar especificamente da greve.“Os secretários de Fazenda, sob a nossa, determinação, já estão elaborando uma Carta de Cuiabá, será assinada por todos os governadores. Nesta carta dos governadores, teremos os pontos que nós entendemos como relevantes nesse debate da greve dos caminhoneiro”, disse.De acordo com Taques, o 1º ponto a ser destacado é que os Estados da região estão sofrendo uma consequência da “condução equivocada da política macroeconômica da União em períodos passados”, em que o Executivo enfatizou a utilização da conta petróleo e da conta energia como “instrumento de política eleitoral”.“Houve um represamento dos aumentos do combustível e, com a variação do barril de petróleo no mercado internacional, isso prejudicou e chegamos a esse ponto. Entendemos que a manifestação dos caminhoneiros é um direito fundamental de manifestar, isso sem prejudicar o abastecimento dos Estados. Veja que estados com esses do Brasil Central têm cidades distantes das capitais e isso pode causar o desabastecimento, prejudicar o trabalho da segurança e da saúde. Estamos preocupados com isso”, afirmou Pedro Taques.Ele também criticou o governo federal, que pretende retirar dos estados os valores que seriam reduzidos na Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), em atendimento à reivindicação dos caminhoneiros.“A União não pode jogar a responsabilidade que é dela sobre os ombros dos Estados. Todos os Estados já fizeram o seu ajuste fiscal. A União não pode reduzir a Cide, a contribuição, em prejuízo dos Estados, ao menos na parte que cabe aos Estados, uma vez que nós já temos responsabilidades com esses valores desta contribuição”, reclamou.AGENDA   No encontro em Cuiabá, conforme estava previsto na agenda, ficou acertado também que os Estados envolvidos tentam criar uma grande aliança, onde a troca de experiência, suporte técnicos e até mesmo aporte financeiro possa ser utilizado de forma transparente e vantajosa para todos os estados.Um exemplo prático e que sairá do papel nos próximos meses é a compra consorciada de medicamentos de alto custo.  O secretário executivo do BrC,  Leandro de Arimatéia, explica que foram elencadas as demandas de cada unidade federativa e o próximo passo é o processo de abertura de concorrência. Depois de efetivada, a compra trará uma economia de até 10% nas aquisições.Durante a reunião, Arimatéia relatou que foi contratada uma consultoria da Fundação Dom Cabral para tornar os trabalhos mais eficientes e entre os apontamentos estava a redução de projetos, que antes eram 70, para 15. “Precisamos ser mais objetivos para ter resultados”.Na lista dos considerados viáveis está a Aliança Municipal pela Competitividade que trabalha com temas ligados diretamente ao cotidiano da população e pretende ampliar de 85,5% para 98% o número de crianças na pré-escola e ainda alcançar melhores resultados no Ideb, passando de 5,1 (média de todos os estados reunidos) para 6,0. Também há previsão de melhoria dos índices ligados a Segurança.A parceria entre os estados ainda será empregada nas Exportações, por meio da elaboração de uma agenda comum e no setor de Turismo, onde a meta dos integrantes é fazer com que o turista fique mais tempo na região central a partir do conhecimento dos atrativos de toda região.