SEM REGALIAS: Na prisão, deputado Mauro Savi tem visitas restringidas
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04/06/2018 - 20:34
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Redação
O desembargador José Zuquim Nogueira, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), acatou representação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco Criminal), e proibiu que investigados nas Operações Bereré e Bônus que estão em liberdade visitem os presos do Centro de Custódia da Capital (CCC), a saber: Mauro Savi (DEM), o ex-secretário chefe da Casa Civil, Paulo Taques, seu irmão Pedro Jorge Zamar Taques e os empresários Roque Anildo Reinheimer, Claudemir Pereira dos Santos e José Kobori.Esses detentos são acusados de participação no esquema de propina de mais de R$ 30 milhões que era operado no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) através de contratos com a EIG Mercados e algumas empresas fantasmas.O Ministério Público Estadual constatou que deputados estaduais estavam desrespeitando as regras do sistema penitenciário mato-grossense para ter acesso aos presos da Operação Bereré que estão detidos no CCC desde o dia 9 de abril. De acordo com alegações do MPE, a entrada irrestrita e sem medidas de controle de parlamentares e servidores da Assembleia no Centro de Custódia, os investigados pelo esquema de propina, em especial o deputado Mauro Savi estavam tendo regalias em relação a outros presos.O Gaeco constatou que Savi recebeu as visitas dos deputados Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD) e Max Russi (PSB). Nininho é um dos investigados na Bereré e foi denunciado ao lado de outros seis parlamentares estaduais e mais 51 pessoas entre servidores da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, ex-servidores e outros políticos sem mandato.Com a nova decisão de José Zuquim que em abril havia decretado as prisões e autorizado as buscas e apreensões contra os investigados, as visitas aos denunciados na Operação Bereré deverão ser previamente autorizadas. Os visitantes deverão ser identificados com a respectiva carteirinha, conforme se exige de todos os custodiados. O desembargador determina que seja observado o cumprimento das regras do sistema penitenciário, sem nenyum tipo de privilégio a visitantes.O secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Fausto José Freitas da Silva, e o diretor do Centro de Custódia da Capital, Everton Santana Gonçalves, já foram comunicados sobre as proibições. O juiz Geraldo Fidélis Neto, titular da Vara de Execuções Penais e corregedor dos presídios de Cuiabá, também já foi oficiado sobre o teor do novo despacho de Zuquim.A lista com pedido de proibições enviada ao desembargador José Zuquim é assinada por cinco promotores de Justiça incluindo Marcos Bulhões dos Santos, que é o chefe do Gaeco. “Os presos em decorrência da Operação Bereré/Bônus estariam, em tese, usufruindo de regalias não estendidas aos demais segregados no Centro de Custódia da Capital”, alerta o Ministério Público.Na checagem do livro de visitas foi constatada a entrada dos deputados Nininho e Max Russi, o ex comandante geral da PM, coronel Nerci Adriano Denardi, além de uma comissão de servidores da Assembleia Legislativa, sob o argumento de que iriam inspecionar as instalações onde se encontrava preso o deputado Mauro Savi.“Conversei com o Diretor e disse que as visitas deveriam ser previamente autorizadas e identificadas com a carteirinha de visitante, conforme se exige de todos os presos. Alegou que os agentes não tiveram como barrar os deputados e demais pessoas que afirmaram ter prerrogativa de inspecionar órgãos públicos", relata Célio Wilson no documento encaminhado a Zuquim.