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ARMAS CONTRA SEM TERRA: Alckmin deve desembarcar em MT com discurso à la Bolsonaro, para minar o candidato de extrema-direita que avança no Estado e no Centro-Oeste
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01/07/2018 - 18:21
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RedaçãoO pré-candidato do PSDB à presidência da República, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, desembarca em Cuiabá nesta semana (dia 6, sexta-feira), com um discurso à la Bolsonaro, que é o de liberar armamento para ruralistas fazerem a defesa de suas propriedades contra eventuais invasões por movimentos sociais, como o Sem Terra, por exemploEsse “novo” discurso de Alckmin e que, de certa forma contrapõe a linha de se situar como candidato moderado, de centro, na realidade começou a ser ensaiado há cerca de dois meses. porém de forma tímida, sem grande ênfase.
Essa postura do tucano mais à direita na questão da luta pela posse da terra, está sendo vista como uma estratégia para minar o avanço do candidato de extrema-direita, Jair Bolsonaro, que faz a apologia intransigente de armar fazendeiros e produtores rurais, principalmente em regiões dominadas pelo agronegócios, como é o caso de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás – uma área do país que está sendo focada pelos estrategistas do PSDB por deter margens de espaço para o crescimento da candidatura do presidenciável tucano.Essa versão “direitona” do presidenciável tucano foi escancarada em encontro com empresários do setor produtivo de Mato Grosso do Sul, na qual o pré-candidato Geraldo Alckmin, voltou a afirmar neste sábado, 30, que, se eleito, vai facilitar o armamento na zona rural para coibir as invasões de fazendas. "Na questão da invasão: é intolerável, conflitos e invasões. As ações vão ser para coibir ameaças no ambiente produtivo. Na área urbana você pode ligar para o 190, mas na área rural? Área rural é diferente e vamos facilitar o armamento para zona rural", afirmou o ex-governador na sede da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems). Esse discurso do tucano contraria posição anterior dele, que é (ou era?) defensor do Estatuto do Desarmamento, mas já havia dito em maio que pretendia facilitar o porte de armas para a população na zona rural. Ao adotar um posicionamento mais incisivo na área da segurança pública, Alckmin procura também disputar espaço com o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, que tem o segmento como um dos principais motes de campanha. Na pesquisa CNI/Ibope divulgada na quinta-feira passada, 28, no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro aparece na liderança com 17% das intenções de votos - empatado no limite da margem de erro de dois pontos porcentuais com Marina Silva (Rede), que tem 13%. Alckmin aparece em quarto, com 6%, empatado tecnicamente com Ciro Gomes (PDT), que tem 8%.
Em sua visita a Cuiabá, a expectativa é de que Geraldo Alckmin repita o mesmo discurso, em especial na parte que diz sobre segurança na fronteira. Na agenda em Mato Grosso do Sul, Estado que tem 1,6 mil quilômetros fronteiras de com a Bolívia e o Paraguai, Alckmin também prometeu dar atenção especial à região, no combate ao tráfico de drogas, armas e contrabando, um problema também enfrentado em Mato Grosso que quase 800 quilêmtros fronteiriços com a Bolília. Alckmin elencou cinco medidas a serem adotadas para combater os crimes de fronteira: tecnologia, ações diplomáticas, inteligência, criação de uma polícia nacional e leis mais duras. "Combater os crimes não é fácil, mas precisamos investir em tecnologia, ampliar o Sisfron Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras para ter o controle dessa região", sustentou. O presidenciável declarou ainda que pretende criar a Agência Nacional de Inteligência, que vai reunir especialistas em segurança para traçar estratégias de combate. "Vou reunir os melhores especialistas de segurança para integrar a inteligência de informações", disse. Alckmin também falou da Guarda Nacional Permanente, que deverá ser criada com profissionais federais. "Nós temos a Força Nacional, que é formada por policiais dos Estados. Então, a gente enfraquece uma ponta para formar a outra. Isso não pode ser assim", afirmou. Além disso, o tucano defendeu pactos com os países vizinhos - Paraguai e Bolívia - para articular ações de prevenção e combate aos crimes de fronteira. "É preciso o combate do tráfico de drogas e armas. Mato Grosso do Sul não produz droga, Brasil não produz droga, produzimos soja, milho, algodão, café. Não produzimos cocaína, isso vem de fora", disse. Por fim, enfatizou que a responsabilidade das ações não pode recair sobre os Estados e que a lei sobre os crimes de fronteira devem ser mais rígidas. "O governo federal tem a liderança do trabalho. Tráfico de drogas é crime federal, contrabando é crime federal, descaminho é crime federal", finalizando que "para o crime organizado a legislação precisa ser mais dura", destacou.