DICA DO EX-GOVERNADOR: Silval sugere que conselheiros afastados do TCE por corrupção façam como ele: procurem a Justiça e delatem seus crimes
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03/07/2018 - 19:28
SILVAL2016
Redação
A sociedade mato-grossense presencia uma guerra que se estabeleceu entre o ex-governador Silval Barbosa e cinco conselheiros afastados do Tribunal de Contas do Estado (TCE), acusados pelo primeiro de tê-lo extorquido em R$ 53 milhões em troca de “destravar”o andamento de obras da Copa do Mundo, do programa rodoviário MT Integrado e aprovar o balanço anual do Governo do Estado em 2014.Esses impecilhos do TCE, segundo denúncias homologadas na delação de Silval Barbosa junto ao STF, eram colocados pelos próprios conselheiros com o objetivo espúrio, não de corrigir eventuais irregularidades sobre desvios de dinheiro público, mas sim de criar mecanismos para fazer a extorsão sobre o então chefe do Executivo estadual.De outro lado, nessa guerra, os acusados revidam chamando Silval de “bandido”, entre outras ofensas, por denunciá-los “sem provas”.Nessa troca de acusações entre os dois lados em conflito, o ex-governador rebate alegando ter apresentado provas de que pagou propina aos cinco conselheiros que foram afastados do TCE por decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), no ano passado. As afirmações contundentes de Silval Barbosa foram feitas na tarde desta terça-feira (3), a jornalistas que o aguardavam na sede da Controladoria-Geral do Estado (CGE), onde depôs sobre suspeita de corrupção envolvendo duas empreiteiras, quando ele era governador.“Não estou acusando falsamente ninguém. Só estou mostrando o que ocorreu no Governo e a responsabilidade de cada um, para que a população tenha conhecimento do que aconteceu de fato”Rebatendo aos ataques do conselheiro afastado Antonio Joaquim, ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, que o acusou de “bandido e gângster”, na semana passada, Silval se defendeu afirmando que “tudo que eu tenho é documentado. Tudo que passei para o TCE de propina está documentado”.Silval, que fez delação junto à PGR (Procuradoria-Geral de Justiça) e o Supremo Tribunal Federal (STF), sugeriu ainda que os conselheiros, incluindo Antonio Joaquim, deveriam fazer como ele fez: procurar o MP e o Judiciário e delatar fatos criminosos dos quais eles participaram. E não ficarem o atacando. “É o chamado direito 'jus esperneandi' deles dizer que é mentira, porque estão na posição de se defender. O que eles tinham que fazer é colaborar também e contar o que aconteceu e pagar pelos erros que cometemos”, disse. “Eles, como membros de um órgão controlador, deveriam ter hombridade de falar a verdade e não ficar me atacando. Eu estou com minha consciência tranquila”, concluiu o ex-governador.RETROSPECTO Os conselheiros Sérgio Ricardo, José Carlos Novelli, Valter Albano, Antonio Joaquim e Waldir Teis foram afastados pelo ministro Luiz Fux no bojo da Operação Malebolge.