A ex-deputada Luciane Bezerra pode ter sido a primeira “puxar a fila” de políticos filmados por Silval recebendo propinas

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RedaçãoA  fila é extensa de  pessoas filmadas por ordens de Silval Barbosa recebendo maços de dinheiro em um gabinete no Palácio Paiguás e dela, entre outros, fazem parte o ex-deputado e atual prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro. Também aparece nas fimlagens a ex-deputada estadual e hoje prefeita de Juara, Luciane Bezerra (PSB).   Inclusive, ela pode ser a primeira política gravada pelo ex-governador recebendo dinheiro, supostamente de propina e, assim, protagonizado um dos mais comentados escândalos da já escandalosa política mato-grossense, salvo as poucas excessões que não se envolvem nesse tipo de prática.   Luciane agora enfrenta um processo de cassação. porém, não tem relação com as imagens dela recebendo dinheiro das mãos do ex-chefe de gabinete de Silval, Sílvio Correa. A ação que responde é referente ao seu mandato de prefeita de Juara.   Luciane é investigada por uma Comissão Processante instalada pela Câmara de Vereadores de Juara por, supostamente, ter fraudado uma contratação para gastos com publicidade no município. O caso foi investigado pelo Ministério Público que ofereceu denúncia contra a gestora e recomendou que a Câmara fizesse a investigação.   O relatório da comissão foi protocolado pelos vereadores membros da comissão -  Marta Dalpiaz (PSB), presidente, Valdir Leandro Cavichioli (PR), relator, e Hélio Castão (PPS) – na última terça-feira. Diante disso, a Câmara agendou uma sessão extraordinária para esta quinta-feira, às 14 horas.   Ao todo, o relatório contém 19 volumes e cerca de sete mil páginas do processo. Foram colhidos documentos, depoimentos de testemunhas de defesa e acusação, além da manifestação da defesa da prefeita.   Na sessão, será lido o relatório que contem cerca de 70 páginas. Em seguida, será dada a palavra para que cada vereador fale sobre o relatório e justifique o voto e, também, para a prefeita Luciane Bezerra, ou seu representante legal.   Ao final, será votado o relatório. Se 2/3 dos parlamentares, ou seja, 6 votos, forem favoráveis ao relatório da Comissão Processante, a prefeita terá o mandato cassado, ou se optarem pelo arquivamento, a gestora continua no cargo.   POLÊMICAS   Eleita prefeita de Juara em 2016, Luciane Bezerra tem uma gestão marcada por polêmicas. Ela é investigada por diversas irregularidades cometidas a frente da prefeitura.Em fevereiro deste ano, ela foi afastada pela Justiça por conta da suspeita de fraude em licitação para reforma de uma escola municipal no Distrito de Paranorte. O pedido foi feito pelo Ministério Público Estadual (MPE) e acatado pelo juiz Alexandre Sócrates Mendes, da 2ª Vara da Comarca de Juara.   Na mesma decisão, o magistrado determinou o bloqueio de R$ 129,7 mil em bens da prefeita, do secretário municipal de Educação, Isac Pintor, e do ex-vereador por dois mandatos, Lourival de Souza Rocha, o "Lorão Macarena" (PMDB). Outras nove pessoas, além de uma construtora, também respondem à ação.   Porém, na última semana, o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Rui Ramos Ribeiro, reconduziu a prefeita ao cargo.   Outro escândalo vivido por ela está relacionado a delação premiada do ex-governador Silval Barbosa. Ela aparece num vídeo recebendo maços de dinheiro de Sílvio Correa, ex-chefe de gabinete de Silval. O dinheiro seria referente a propina paga pelo ex-governador a deputados estaduais para não criarem obstáculos nas obras do MT Integrado.   Luciane nega que os recursos sejam de propina. Segundo ela, o ex-governador tinha uma dívida com seu marido, o deputado estadual Oscar Bezerra (PV). O parlamentar também foi citado pelo ex-governador em sua delação, por, supostamente, ter cobrado propina para não envolver Silval na CPI das Obras da Copa realizada pela Assembleia.