EM COMPASSO DE ESPERA: Por manter pré-candidatura “morna”, Wellington Fagundes corre risco de perder aliados

ANÁLISE POLÍTICA Por Mário Marques de Almeida   O senador Wellington Fagundes (PR), pré-candidato ao Governo do Estado, quando devia estar “acelerando”, vem mantendo o seu projeto político em compasso de espera, numa espécie de quase inércia que pode ser fatal, especialmente quando se está próximo das eleições, conforme é este período do ano e no qual o tempo para uma reação vai se esgotando.    Diante dessa falta de uma postura mais concreta de sinalização de que é realmente candidato a governador, o republicano vem abrindo “brechas” para o Dem, por exemplo, comece a investir e assediar forças que já haviam se posicionado como aliadas em potencial do senador na disputa pelo comando do Palácio Paiaguás.   Entre os partidos que o Dem está “cortejando” e estavam praticamente alinhados com Wellington Fagundes está o MDB de Carlos Bezerra e o PP de Blairo Maggi, além do PDS. No caso deste último,  está dividido por um grupo composto por deputados estaduais que prefere apoiar a reeleição do governador Pedro Taques (PSDB) e outro que poderia se definir por Wellington, mas pode ir parar nos braços de Mauro Mendes e Jayme Campos.   Por sua vez, Fagundes tem afirmado, em entrevistas e declarações repercutidas pela imprensa local e do interior, que é pré-candidato. O mesmo vem falando seus amigos mais próximos que afirmam que ele “não tem nada a perder”, pois tem mais quatro anos de mandato de senador pela frente.   De fato, numa hipótese de derrota neste pleito, quando nada, Fagundes “oxigena” seu nome para 2022, podendo disputar o Governo de Estado ou ir à reeleição para o Senado.   O inconveniente nessa visão de “que não tem nada a perder” é o fato que pode espantar aliados e eleitores que, obviamente, não se disporão acompanhar quem já se antecipa como candidato para “marcar posição”, ou seja, sem compromisso de vencer.    A vitória, a busca do poder, mais que a “saliva”, é o verdadeiro combustível da política e o principal motivador para se agregar lideranças e votos.   Disputas dessa envergadura para governador, em um pleito que prenuncia, desde já ,ser disputado palmo a palmo, um político, sobretudo com o histórico de Wellington,  não pode entrar simplesmente para “concorrer” – precisa mostrar vontade de vencer as eleições.   Caso contrário, pode comprometer projetos políticos futuros, se é que quer continuar na vida pública.   Além disso, numa polarização entre Pedro Taques e Mauro Mendes, que, aliás, está se desenhando no cenário eleitoral mato-grossense, há espaço para uma candidatura que costuma ser chamada  de “terceira via”, que pode surpreender.  Exemplos não faltam na política brasileira!   Mas, evidentemente,  isso não ocorre por acaso, como obra do destino, mas é um projeto que precisa ser construído a partir da premissa de que se deseja chegar lá!  Demonstrando vontade de vencer.   Marcar posição, nem em disputa de centros acadêmicos funciona!