JORNAL NACIONAL: Se Rede Globo com sua influência tivesse mostrado há mais tempo a falta de pontes em MT, talvez o problema nem mais existisse

*Redação   Se tivesse usado de toda sua influência produzidas por matérias divulgadas há mais tempo - e não apenas agora em período eleitoral -, possivelmente, a poderosa Rede Globo tivesse ajudado Mato Grosso a resolver um de seus problemas mais antigo: a precariedade de suas vias de escoamento, onde se inclui rodovias e pontes.   Caso a emissora se preocupasse com essa temática em governos passados e no começo do atual, produzindo reportagens mostrando o caos e cobrando providências, talvez não precisasse mostrar o sacríficio, como fez na noite de ontem(11), do "agricultor Genésio fazendo malabarismo com o sobrinho nas costas" para transpor o rio sem ponte para  atravessá-lo.   O mesmo ocorrendo com o mecânico Saturnino que também se arrisca. Ele leva o filho de seis meses para visitar a família que mora do outro lado do rio. “É perigoso escorregar, cair. Tem galho embaixo... É muito difícil”.   Não que pautas desse tipo sejam ruins ou desnecessárias, pelo contrário, o que se lamenta é que o assunto não tenha sido explorado anteriormente pela TV Globo nacional, pelo menos no que tange a Mato Grosso, carente de recursos próprios para superar essas deficiências em sua logística de transportes. Impedindo, muitas vezes, o deslocamento de pessoas a pé e, pior ainda, o acesso a outros meios de locomoção.   Com os fortes holofotes da "Vênus Platinada" focando. desde lá atrás, essa lacuna, a da carência de vias de tráfego em MT e que não surgiu agora, é de se conjecturar que o caos retratado pelo JN na noite desta quarta-feira, já tivesse ecoado com mais evidência em Brasília. O que poderia ter sensibilizado as autoridades federais na liberação de verbas para ajudar o Estado na solução do problema.   O cenário chocante mostrado pela TV aponta que, depois de uma chuva forte, a ponte de madeira foi arrastada pela água. Isso aconteceu em fevereiro, de lá para cá cerca de 400 famílias que moram do outro lado não conseguem atravessar e ir para as cidades. Isso tem atrapalhado, e muito, a agricultura familiar. Para conseguir falar com seu Geraldo, que está lá do outro lado rio, vai ter que ser no grito.  “Nós plantamos mudas de banana e rama de mandioca e está parado porque não tem jeito de baldear, nós perdemos tudo”, diz o agricultor.   Sem ponte o transporte escolar não chega para os estudantes. Luiz ainda não conseguiu ir para a escola em 2018. “Arte, matemática, eu gosto destas matérias, eu sinto falta disso”, conta o menino de 9 anos.   Do outro lado do rio, a escola novinha está com muitas carteiras vazias. Para chegar por terra é preciso dar uma volta de 70 quilômetros. “Quando o transporte não vem por estar quebrado ou como agora que a ponte que caiu, então a escola praticamente para e o aluno perde”, diz o professor de matemática Edmar Fernandes Cardoso.   A situação se repete em outros municípios como na Chapada dos Guimarães. O vídeo feito com celular mostra o que sobrou da ponte sobre o Rio Casca, quebrada há dois anos, e que servia aos moradores de comunidades rurais.   Entre os municípios de Porto Estrela e Barra do Bugres, a ponte foi levada pelas cheias há quatro anos. A alternativa é uma passarela construída pela prefeitura em parceira com os moradores de uma comunidade quilombola. Mas a obra não passa segurança. “Quando o rio enche, a passarela roda, aí a gente passa no bote. A gente passa muito medo”, afirma a estudante Ana Cristina da Gama.   As prefeituras de Barra do Bugres, Poconé e Nossa Senhora do Livramento disseram que precisam de recursos do estado para construir pontes. A de Chapada dos Guimarães disse que a responsabilidade pela ponte é do estado.   Já o governo estadual declarou que nenhuma prefeitura pediu ajuda e que uma licitação para substituir 300 pontes está passando por reajustes de valores, sem prazo para ser publicada.   *Com informações do Jornal Nacional   CLICK ASSISTA E ASSISTA A REPORTAGEM