Mário Marques de AlmeidaEmbora as alianças nacionais que estão sendo costuradas com vistas as eleições presidenciais, necessariamente não sejam replicadas nos acordos para os governos estaduais, no entanto, esses entendimentos de cúpula podem, sim, interferir nas composições regionais. Levando, por exemplo, a que algumas articulações em curso aqui no Estado fiquem “meladas”, ou seja, anuladas pelas decisões nacionais. Um dos casos mais emblemáticos é o fato que o PSD nacional “bateu o martelo” para apoiar o presidenciável do PSDB, o ex-governador Geraldo Alckmin, e esse acordo pode repercutir em Mato Grosso, fortalecendo a posição do grupo de quatro deputados estaduais do PSD, a saber: Nininho, Gilmar Fabris, Pedro Satelite e Wagner Ramos que já estão sinalizando apoiar à reeleição do governador Pedro Taques. Com isso, mais do que a vontade de marchar com o governador, eles têm o discurso pronto!Nessa mesma linha, o fato do empresário Flávio Rocha, dono das lojas Riachuelo, haver desistido da candidatura presidencial pelo PRB e esse partido, ao que tudo indica, vir a apoiar Geraldo Alckmin, também pode facilitar o movimento no PSDB mato-grossense para conquistar o apoio do deputado federal Adilton Sachetti, filiado ao PRB, e que estaria tendo dificuldades em emplacar o seu nome, como o segundo candidato ao Senado na chapa encabeçada por Mauro Mendes e que já tem Jayme Campos com o nome mais que garantido para ocupar a primeira vaga na disputa a senador.Ao que consta, a candidatura de Sachetti estaria sofrendo um processo de “desmoronamento” interno, articulado pelo o PDT – leia-se Otaviano Pivetta – que trabalha fortemente para trazer o MDB de Carlos Bezerra para a aliança que tem Mauro como candidato a governador e Pivetta, como vice.O esforço de “convencimento”  sobre Adilton Sachetti estaria a pleno vapor, pois ele, na chapa para o Senado nessa coligação liderada pelo DEM-PDT, seria um empecilho à entrada do MDB, que não abre mão de uma vaga para Bezerra disputar o Senado, fazendo “dobradinha” com Jayme.Agora, no afunilamento das conversações para formar as coligações, dois fatos se juntam: a desestruturação em andamento da candidatura de Sachetti ao Senado e a tendência do seu partido, o PRB, vir apoiar nacionalmente o PSDB.Juntando os dois fatores, “destrava-se” portas para que Adilton e Taques “fumem o cachimbo da paz” e selem coligação em Mato Grosso.É uma hipótese viável!“Nada é impossível em política, onde até boi costuma voar”, conforme já afirmam especialistas nessas movimentações.É só aguardar, para conferir!