"CACHIMBO DA PAZ"? Sachetti e Pedro Taques se reúnem e estão perto de um acordo
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15/07/2018 - 23:00
TAQUES-SACHETTI
Por Mário Marques de AlmeidaMais rápído do que se pensava, o famoso “cachimbo da paz” começou a ser “fumado” entre o deputado federal Adilton Sachetti (PRB) e o governador Pedro Taques (PSDB). Na noite de ontem (14), o governador e o deputado federal, que até então estavam distanciados, se reuniram. Se o entendimento entre ambos prosperar, Sachetti pode sair candidato ao Senado na chapa liderada pelo PSDB, mas a preferência do governador seria tê-lo como vice, para reforçar a posição de Taques na área do agronegócio da qual Adilton faz parte.Nessa equação, a outra vaga ao Senado (uma já está definida para Nilson Leitão) estaria reservada para a juíza aposentada Selma Rosane (PSL) com a qual Pedro Taques vem conversando há tempos e mantém canal aberto de diálogo dado aos elos profissionais que os unem antes mesmo da miltância política. A volta da aproximação entre Sachetti e Taques teria sido provocada por uma articulação de Otaviano Pivetta (PDT), pré-candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Mauro Mendes (Dem), que tenta atrair o MDB de Carlos Bezerra para a aliança que está se formando em torno da chapa que, além de Mauro e o pedetista, tem Jayme Campos como candidato ao Senado. Nessa composição, Sachetti vinha sendo cogitado como o outro candidato a senador, tendo em vista que são duas vagas que podem ser preenchidas por coligações.Ocorre que Bezerra só iria apoiar os candidatos majoritários do grupo encabeçado pelo Dem-PDT se tiver espaço para sair candidato ao Senado, caso contrário a tendência do MDB é a de permanecer ao lado da candidatura de Wellington Fagundes (PR).No entanto, a situação interna no MDB não está pacificada quanto ao apoio ao senador republicano e pré-candidato a governador. O partido está dividido em dois grupos: o que deseja apoiar Mauro, liderado por Carlos Bezerra (desde que este seja contemplado com uma das vagas a senador), e o outro, com menor força, representado pela deputada Janaina Riva e o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, que defendem apoio a Wellington Fagundes.Nessas mexidas que antecedem ao fechamento das coligações, não se descarta que, com a saída do MDB de sua base de apoio e sustentação, o próprio Wellington renuncie à postulação ao Governo do Estado.
Já uma outra vertente de avaliação, conjectura que a ida do MDB e de Bezerra para os lados do Dem, PDT e aliados pode fazer com que a juíza aposentada e pré-candidata ao Senado se aproxime da chapa de Fagundes, considerando que o veto de Selma, até onde se sabe, se restringiria à presença dos emedebistas ao lado de Fagundes, o que, na cabeça dela (e de muita gente também) remeteria à era Silval Barbosa.Em reforço dessa tese (de Selma compor chapa com o PR) existe o fato que esse partido deve apoiar a candidatura de Jair Bolsonaro a presidente da República, e Selma, como se sabe, é filiada ao PSL de Bolsonaro em Mato Grosso.E mais do que elegê-la ao Senado, o projeto prioritário do PSL, tanto aqui como no país, é o de levarJair Bolsonaro à Presidência da República. Nessas alturas, uma determinação vinda de cima para a juíza aposentada apoiar o PR em Mato Grosso não pode ser descartada.