AL vai debater a questão ferroviária e os “gargalos” existentes na economia de Mato Grosso

AL vai debater a questão ferroviária e os “gargalos” existentes na economia de Mato Grosso FERRO
Por Mário Marques de  AlmeidaO  assunto é complexo e tem  muitos lados e interesses, conflitantes ou não, em jogo.  No atual momento,  por exemplo, o foco das discussões, no país e no Estado envolve, de um lado, caminhoneiros e empresas transportadoras  e, de outro, produtores  rurais e suas entidades de classe. Os dois segmentos travam uma queda de braço sobre o tabelamento do frete.Cada lado tem suas causas, razões e motivos socioeconômicos para defender.  No meio disso tudo está o Poder  público, geralmente desaparelhado para mediar conflitos  de classes, até por falta de informações mais precisas sobre o que  pensa cada setor envolvido  nessa disputa entre  produção versus transportes . Na outra  ponta, a mais indefesa e fragilizada está a população, sobretudo seus grupos sociais mais pobres e que são obrigados a pagar por alimentos mais caros, além dos riscos que correm de sofrer uma escalada da inflação tendo como estopim a comida.   Daí a necessidade de ser amplamente discutido este e muitos  outros temas sobre a questão dos transportes em Mato Grosso, cuja raíz de todos esses problemas é a carência de modais alternativos  ao  rodoviário, dominante no Estado, praticamente sem hidrovias, embora tenha abundância fluvial, e com apenas uma rota de ferrovia que se encontra parada em Rondonópolis e encontrando obstáculos para avançar pelo Estado adentro, chegando aos portos amazônicos, ao Norte.Nessa situação, o transporte de cargas através de caminhões já começa a prejudicar, pelos altos custos agregados ao escoamernto, a produção de grãos de Mato Grosso. Reduzindo margens de lucros e encarecendo os custos de insumos agropecuários, de fora para dentro do Estado. Em função de que as áreas produtivas se situam a grandes distâncias dos  principais centros de consumo do país, e também dos portos que embarcam as safras mato-grossenses rumo ao mercado externo, o preço do frete  influencia fortemente nas atividades ligadas ao agronegócio.  Com a elevação substancial do preço do frete por tonelada, que mais caro fica, obviamente, quando se tem média alta de quilômetros a percorrer em cima de caminhões, até que a soja ou o milho, por exemplo, “in-natura” ou semibeneficiado chegue a seu destino. Esses longos percursos elevam os custos desses produtos, fazendo com que percam competitividade na disputa por mercados com outras regiões brasileiras ou de países vizinhos com lavouras mais próximas de portos ou de grandes populações urbanas consumidoras.No caso de Mato Grosso, que foi de todos os estados do país, o mais afetado economicamente pela greve dos caminhoneiros, agora ainda tem sua imensa produção derivada  de sua pujante agropecuária prejudicada em razão de ser transportada basicamente pelo modal viário sobre pneus.É o chamado  “gargalo”  logístico - um problema crônico do Estado e que, desde décadas passadas até o presente, vem se constituindo em empecilho para garantir agregação de valor que seria conquistada, mais rapidamente, com a industrialização da maior parte desses produtos em solo mato-grossense.Em toda essa cadeia produtiva, transportes mais eficientes, seguros e baratos são essenciais para assegurar  o crescimento contínuo da agropecuária.Com combustíveis aumentando a cada dia, a solução está em expandir a malha ferroviária em Mato Grosso, oportunizando um meio de transportes mais econômico e em escala maior que caçambas e carrocerias.Nesse  sentido, por sinal, a Assembleia Legislativa estará promovendo, no próximo dia 6 de agosto, um seminário no qual essa questão deverá ser debatida por técnicos, especialistas e a classe política.   Defensor de soluções estruturantes para as demandas econòmicas, sociais e administrativas, o deputado Wilson Santos (PDDB) é um entusiasta de iniciativas como a deste seminário que visa abrir um leque para se discutir o tema das ferrovias.   "Só com discussões como essa, juntando todos os lados envolvidos na questão, é que encontraremos saídas para o "gargalo" logístico que ainda persiste, mesmo com os esforços notáveis do atual governo estadual na área de infraestrutura  de transportes", avalia Wilson.Vale a pena ficar de olho nesse evento!