Alckmin recebe apoio do PTB e quer agregar à sua base o Solidariedade, entre outros partidos de centro

RedaçãoO pré-candidato do PSDB à Presidência e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, após receber a informação de que a executiva nacional do PTB havia fechado apoio a ele, disse em entrevista durante o Fórum da Mobilidade promovido pela ANPTrilhos na capital federal, ontem,     que trabalha também o apoio do Centrão, bloco de quatro partidos do qual faz parte o Solidariedade. Pela manhã, o tucano teve reunião com a Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal em uma agenda que não constava originalmente da agenda. "O PTB tem bons quadros, bons prefeitos, bons parlamentares", disse Alckmin, citando que o PSDB integrará a coligação do senador Armando Monteiro (PTB), pré-candidato ao governo de Pernambuco. "Em nenhum momento ninguém tocou no assunto de espaço governamental. Precisamos trabalhar com as melhores pessoas e é isso que vamos fazer. Todos os partidos têm bons quadros." O ex-governador citou, por exemplo, que o PTB controla a Secretaria da Justiça do governo paulista há cerca de oito anos e costuma indicar juristas para a chefia da pasta. O último foi o ex-procurador-geral de Justiça do Estado Marcio Elias Rosa. Alckmin mencionou o quadro pluripartidário brasileiro e disse que, para governar, é preciso montar um time. "Aliança é importante. Ninguém faz política sozinho, você precisa ter time, equipe. É a campanha muito curta, e de outro lado para governar." O tucano também afirmou que trabalha para conquistar o apoio do "blocão" de centro formado por DEM, PP, PRB e SD, entre outros. "Tenho conversado, nada de especial, mas tenho conversado", disse Alckmin, que tem como concorrente no cortejo aos partidos o pré-candidato do PDT, Ciro Gomes. Reformas Na palestra ao setor de transporte sobre trilhos, Alckmin defendeu a necessidade urgente das reformas tributária, da Previdência, política e do Estado. Também sinalizou ser favorável a privatizações, a concessões e a parcerias público-privadas para expansão das redes de transporte sobre trilhos, como trens e metrô. O tucano propôs que o governo tenha papel planejador, fiscalizador e regulador - e pregou a despartidarização de agências de controle. "O Estado não precisa ser empresário, tomar conta de tudo. O que a iniciativa privada puder fazer, o governo federal não precisa fazer", disse. "Ninguém vai fazer uma linha de metrô nova só com dinheiro privado. Tarifa de R$ 4 não fecha a conta. Nenhum governo tem dinheiro para tudo. Vamos ter que trazer a iniciativa privada." Alckmin prometeu, caso eleito, transformar o País em um canteiro de obras de infraestrutura para gerar empregos porque, segundo ele, a tecnologia desempregou nas indústrias, no campo e no setor de serviços. O ex-governador disse que obras de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos são uma grande fonte de empregos e renda. "Pretendo, se Deus quiser for eleito, fazer um canteiro de obras. Nosso problema é emprego". Aos empresários do setor, o ex-governador paulista defendeu trens de passageiros regionais entre cidades médias e disse que o governo federal pode ceder áreas contíguas aos trens de carga e recuperar investimentos. "Governo sem capacidade de investimento não tem o que fazer, perdeu a razão de estar." Ele afirmou que o trem é "imbatível" como opção para transporte de cargas. Alckmin defendeu ainda que o preço dos combustíveis seja controlado a cada 30 dias por meio da redução de impostos que incidem no custo quando o barril do petróleo se encarecer no exterior, usando os tributos com um colchão para amortecer as variações do preço internacional.