Com estreia inédita, atleta de Mato Grosso leva Brasil ao World Sênior Gushtingiri

Com estreia inédita, atleta de Mato Grosso leva Brasil ao World Sênior Gushtingiri Sara Mikalle
Sara Mikaelle Quezo, faixa preta em judô e com 16 anos de experiência na modalidade, foi a única atleta brasileira a representar o Brasil na competição “Gushtingiri” no Tajiquistão. Sara participou, nos dias 30 e 31 de agosto, do 1º World Sênior Gushtingiri, realizado em Dushabe, e competiu entre atletas de diversas partes do mundo. Ao longo de sua trajetória nas artes marciais, Sara acumulou títulos significativos: vice-campeã panamericana, campeã sul-americana, campeã brasileira e campeã paulista de judô. Além das conquistas esportivas, ela também é reconhecida por seu trabalho social em Várzea Grande, Mato Grosso, onde promove o esporte através de aulas para crianças, jovens e adultos, reforçando seu compromisso com a sociedade. Convocada pela Confederação Brasileira de Gushtingiri e pela Federação Internacional de Gushtingiri (IGF), Sara destacou a importância do apoio que recebeu para participar do torneio. "Quero aqui registrar meu agradecimento ao Presidente da CBG, Sidney Olinto, ao Presidente da FMTKUR, Jorge Henrique Godoy, e ao Presidente da LJMT, Prof. Robério Libânio, além dos amigos e familiares que financiaram essa experiência", declarou a atleta. “Participar do 1º World Sênior Gushtingiri no Tajiquistão foi uma experiência única e enriquecedora, que vou levar para toda a minha vida. Foi uma honra imensa ser a primeira brasileira a representar o nosso país nesta modalidade, e me sinto privilegiada por ter tido essa oportunidade. Competir em um evento internacional tão importante como esse não só reforça a minha paixão pelas artes marciais, mas também desperta em mim o desejo de promover o Gushtingiri no Brasil, para que mais pessoas possam conhecer e se apaixonar por esse esporte tão rico em história e cultura. Acredito que, ao difundir o Gushtingiri, podemos contribuir para o crescimento das artes marciais no nosso país, mostrando que o esporte é uma ferramenta poderosa de inclusão, educação e desenvolvimento pessoal. Espero que minha participação possa abrir portas para outros atletas brasileiros e incentivar mais pessoas a se aventurarem nessa modalidade que tanto inspira". ”Sobre a modalidade: O Gushtingiri, ou luta de cinturão, tem suas origens no termo sânscrito "kushti", que significa "cinturão". Essa modalidade de luta se desenvolveu ao longo dos séculos, com raízes profundas na cultura zoroastrista, onde o cinturão simbolizava um elemento sagrado. A prática é difundida em diversas regiões da Ásia, recebendo diferentes denominações conforme a localidade: "Kurash" no Uzbequistão, "Kures" no Cazaquistão e Quirguistão, "Kamari" no Azerbaijão e no Cáucaso, e "Kesting" ou "Kestingiri" entre os povos Vakhon-Badakhshan do Tajiquistão, entre outros.Ao longo da história, o Gushtingiri foi associado à coragem e ao heroísmo, sendo visto como um símbolo de resistência contra a opressão. Poetas e escritores, como Abu Ali Sino (Avicena), destacaram em suas obras os benefícios da prática, incluindo sua aplicação como terapia física. Avicena mencionou em "Al-Canon" que "um indivíduo que se exercita regularmente não necessita de remédios", enfatizando o papel da luta no fortalecimento do corpo, espírito e coragem.Em Tajiquistão, as regras da modalidade foram formalizadas em 1963 e, desde então, passaram por várias revisões até a organização da Federação Internacional de Gushtingiri em 2022, em Zurique, Suíça. A expectativa é que as novas regras internacionais proporcionem um desenvolvimento mais sólido e a promoção do Gushtingiri como um esporte de relevância global.        Ver esta publicación en Instagram       Una publicación compartida por Sara Mikaelle (@saramikaellequezo)