A rotina no condomínio Solar de Brasília, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, virou um transtorno diário para os vizinhos. Localizado no Jardim Botânico, área nobre da capital federal, o residencial vem sendo alvo de movimentações frequentes de apoiadores, buzinaços e forte presença policial desde que Bolsonaro passou a cumprir a medida imposta pelo Supremo Tribunal Federal.
No grupo de WhatsApp dos moradores, batizado de “Assuntos Gerais Solar bsb”, os ânimos se exaltaram nos últimos dias. Vários residentes demonstraram irritação com a confusão na portaria, barulho até tarde da noite e riscos à segurança.
“Tá uma loucura aqui fora!! Quero chegar em casa. Buzinaço, polícia, corneta, um inferno”, escreveu um dos moradores às 23h16. Outro alertou: “Se armarem acampamentos, estamos ferrados. Ninguém entra mais”.
A revolta chegou a um ponto em que um morador sugeriu que Bolsonaro fosse logo transferido para um presídio: “Podia levar de uma vez para a Papuda. Ele vai pra lá mesmo, não é? Ao menos dá logo sossego pra gente e pra mais 200 milhões”. A mensagem teve apoio imediato, com várias curtidas de outros participantes do grupo.
A tensão também envolveu críticas à atuação das forças de segurança, que, segundo os moradores, não estão conseguindo conter o tumulto na entrada do residencial. “Um absurdo essa hora e essa confusão. Pior ver o tanto de polícia e não dispersam”, reclamou outro integrante do grupo.
Apesar do tom político das mensagens, um dos moradores tentou relembrar as regras do grupo, que deveria ser destinado apenas a assuntos internos do condomínio, como manutenções e regras de convivência. Ainda assim, o descontentamento geral com a presença do ex-presidente tem dominado as conversas.
Bolsonaro está em prisão domiciliar por decisão do ministro Alexandre de Moraes, após descumprir determinações da Justiça ao continuar se comunicando por redes sociais e participar de eventos mesmo sob restrição. Desde então, a permanência dele no condomínio vem sendo questionada por vários vizinhos, que já cogitam convocar uma assembleia para discutir sua permanência no local.
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