TJMT marca audiência para o dia 19 deste mês de PM que matou esposa

TJMT marca audiência para o dia 19 deste mês de PM que matou esposa REPRODUÇÃO

A audiência de instrução e julgamento do soldado PM Ricker Maximiano de Moraes, que confessou ter matado a esposa Gabrieli Daniel de Moraes, em maio deste ano, está marcada para o dia 19 deste mês. A sessão está marcada para ocorrer às 14h e deve ser conduzida por magistrado da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Cuiabá. Além do feminicida, devem ser ouvidas as partes interessadas e também testemunhas.

Em julho deste ano, Ricker foi condenado a 12 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado por tentativa de homicídio qualificado contra um adolescente, que na época do crime tinha 17 anos. Em maio deste ano, o PM matou a própria esposa, que também era sua testemunha de defesa no caso ocorrido em 2018. A audiência pela qual passará no próximo dia 19 é referente ao caso de feminicídio.

Gabrieli foi morta pelo marido com três tiros de uma pistola .40, na frente dos dois filhos do casal, de apenas 3 e 5 anos de idade. O crime ocorreu no final da tarde de 25 de maio, no bairro Praieiro, em Cuiabá. Após matar a esposa, o policial deixou a casa com os menores, deixando as crianças na casa dos avós e fugiu. Assim que foram acionados, os policiais da DHPP iniciaram as diligências e conseguiram apreender o celular do investigado e o veículo utilizado na fuga, na residência dos pais do policial. Durante a madrugada, ele se apresentou delegacia.

A arma utilizada no crime foi apresentada na delegacia pela Polícia Militar.

Ricker passou por audiência de custódia no dia seguinte a sua prisão. Na ocasião sua defesa pediu pela liberdade provisória alegando quadro de depressão grave, quadro de instabilidade emocional e episódios de ideação suicida. O pedido foi negado e a Justiça determinou que ele ficasse custodiado em cela no Bope.

Posteriormente, Ricker apresentou um laudo psiquiátrico na tentativa de instaurar incidente de insanidade mental e adiar o julgamento pela tentativa de homicídio do adolescente. A defesa alegou que seu “histórico clínico revela, ao longo dos últimos anos, quadro psiquiátrico grave e contínuo, atestado por profissionais especializados”. Seu pedido foi negado na primeira instância, pois os documentos não comprovavam que ele não compreendia sua aço2es no momento em que cometeu o crime.

Durante o julgamento, defesa do policial argumentou novamente em seu favor que ele possuía um histórico psiquiátrico grave e contínuo, apresentando múltiplos afastamentos do trabalho, diagnósticos de transtorno delirante específico com episódio depressivo grave, além de reações agudas ao estresse.

Contudo, o promotor de Justiça Rodrigo Ribeiro Domingues manifestou-se contra o pedido de exame mental. Em seu parecer, Domingues afirmou que Ricker participou normalmente do processo judicial e em nenhum momento demonstrou comportamentos que indicassem comprometimento mental. Não houve, segundo ele, qualquer indício que pudesse levantar dúvidas sobre a capacidade do réu de ser julgado pelo crime.

Histórico de violência

Ricker é o policial que matou um cachorro da raça American Bully, no bairro Jardim Shangri-lá, em Cuiabá, em setembro de 2023. A morte do animal foi registrada por câmeras monitoramento e o vídeo foi amplamente divulgado e noticiado. O episódio ganhou repercussão no final daquele mês e o tutor do animal chegou a registrar um boletim de ocorrência contra o PM, afirmando que ele havia agido sem motivo. Os vídeos das câmeras de monitoramento mostraram toda a dinâmica dos fatos.

As imagens mostram Ricker chegando em casa. Ele estaciona o carro e desce com a filha no colo e para em frente ao portão. A esposa do PM descia do Volkswagen Gol quando o cachorro começa a correr na direção deles, então ela volta para dentro e seu marido saca a arma.
Quando o animal se aproxima, Ricker dispara contra ele. O American Bully de 1 ano de idade morreu no local. (COM UNICA NEWS)