Ao retornar à Câmara de Cuiabá nesta quinta-feira (4), o vereador Chico 2000 (PL) revelou que trabalhou como garçom durante os 125 dias em que esteve afastado do cargo, mesmo recebendo seu salário mensal de R$ 26 mil.
Em discurso na tribuna, o parlamentar justificou que não poderia ficar parado em casa, pois temia que a tristeza tomasse conta e possivelmente entrasse até em um processo depressivo.
Para se manter ocupado, ele contou ter conseguido um emprego na Peixaria Água na Boca, no bairro São Gonçalo Beira Rio, onde trabalhou durante todo o período de suspensão.
Chico 2000 ficou quatro meses afastado por decisão judicial. O retorno foi autorizado pela Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), em julgamento realizado na segunda-feira (1º), por dois votos a um.
A decisão atende a pedido da defesa, que argumentou não haver motivos para manter o parlamentar fora das atividades legislativas, após a liberação do também vereador Sargento Joelson (PSB), também investigado no mesmo processo, ter conseguido retorno na sexta-feira.
Os dois foram afastados em abril, quando a Operação Perfídia apontou suposto recebimento de propina para aprovar um projeto de interesse da empresa HB20 Construções Eireli, responsável pelas obras do Contorno Leste, em Cuiabá.
Com a volta de Chico 2000, o suplente Fellipe Correa (PL) deixa automaticamente o cargo.
Operação Perfídia
A investigação conduzida pela Polícia Civil indica que os vereadores teriam solicitado vantagens indevidas a um funcionário da construtora em troca de articulação política na Câmara Municipal. O objetivo seria garantir a aprovação de um projeto que liberaria o pagamento de R$ 4,8 milhões da Prefeitura de Cuiabá à empresa responsável pelas obras do Contorno Leste.
Segundo o inquérito, R$ 250 mil do montante teria sido entregue ao vereador Sargento Joelson, sendo R$ 150 mil via Pix e outros R$ 100 mil em espécie. Chico 2000, que à época presidia a Mesa Diretora, teria utilizado sua influência para viabilizar a votação do projeto.
Diante das suspeitas, a juíza Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais, determinou o afastamento imediato dos parlamentares. Agora, com as decisões recentes do TJMT, ambos estão autorizados a retornar às atividades.(com ÚNICA NEWS)
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