A brutalidade chocou a pequena cidade de Colíder (650 km de Cuiabá). A Polícia Civil confirmou que a filha de 13 anos da servidora pública Samara Aparecida da Conceição, 34, confessou ter planejado e executado o assassinato da própria mãe, com ajuda do namorado e de outros dois adolescentes, todos entre 15 e 16 anos.

De acordo com o delegado Adan Ximenes, responsável pelo caso, a menor admitiu ter aplicado um mata-leão em Samara enquanto ela dormia. Os demais jovens seguraram braços e pernas da vítima até que ela deixasse de reagir. O crime, segundo os depoimentos, foi premeditado: o grupo chegou a cogitar usar faca ou pedaço de pau, mas decidiu pela asfixia.

O que mais impressionou os investigadores foi a frieza com que a adolescente relatou a cena. Ela afirmou que checou o pulso da mãe para confirmar que estava morta. A motivação apresentada também choca: a filha disse que cometeu o crime porque “não se sentia amada” por Samara.

Após o assassinato, os adolescentes vasculharam a casa e roubaram cerca de R$ 5,8 mil. Três deles foram apreendidos no fim da tarde de quinta-feira (11), em um pasto na zona rural de Colíder, quando tentavam fugir a pé em direção a Nova Canaã do Norte. Eles estavam com R$ 4 mil da vítima. O quarto envolvido foi localizado pouco depois, com apenas R$ 1.

Samara foi encontrada com as mãos amarradas para trás com fio de ferro de passar roupas e uma camiseta no pescoço, o que reforça a tese de morte por asfixia. Testemunhas contaram que o crime ocorreu durante a madrugada, entre quarta-feira (10) e quinta-feira (11).

Os quatro adolescentes foram autuados por ato infracional análogo a homicídio qualificado por motivo torpe. O delegado representou pela internação provisória do grupo.

O caso deixou a população perplexa não só pela brutalidade, mas pela motivação alegada pela filha. O inquérito segue para apurar se houve outras razões que levaram ao assassinato e se o grupo já havia planejado o crime com antecedência maior.