O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a condenação de 27 anos e 3 meses de prisão imposta pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista nesta sexta-feira (12), Mendes classificou o julgamento como “meramente político” e disse que a decisão “marca negativamente a história do país”.
Segundo o governador, a pena aplicada ao ex-presidente reflete a disputa ideológica entre direita e esquerda. Ele afirmou que não enxerga a tentativa de golpe de Estado apontada pela Procuradoria-Geral da República e reforçou que Bolsonaro não cometeu crime. “Momento triste da história do país. Eu não vi nenhum golpe, não vi nenhum tiro, não vi nenhum tanque na rua. Pensar em fazer algo nunca foi crime nesse país. Talvez se pensaram, talvez se imaginaram, mas não fizeram”, declarou.
Mauro Mendes também voltou a defender a aprovação de uma anistia ampla, que inclua tanto os condenados pelos atos do dia 8 de janeiro de 2023 quanto o próprio ex-presidente. Para ele, o tratamento dado aos manifestantes é desproporcional se comparado a outros episódios de depredação registrados no país. “As pessoas do 8 de janeiro fizeram algo errado, sim. Mas já vi o MST invadir o Congresso, depredar prédios públicos e nunca vi ninguém preso e condenado a 17 anos”, afirmou.
O governador ressaltou que a polarização política atrapalha a discussão de temas centrais para o país, como a dívida pública, os juros elevados e o déficit da Previdência. “Isso foi mais um julgamento político que continua dividindo o Brasil. Enquanto isso, problemas graves seguem sem debate”, disse.
Na visão de Mendes, a anistia seria um caminho para “pacificar o Brasil”. Ele comparou a situação de Bolsonaro à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve condenações anuladas pelo STF. “Lula se dizia injustiçado, muitos reclamaram por anos e ele foi anistiado. Bolsonaro também é um injustiçado e precisa ter o mesmo tratamento, ser anistiado pelo Congresso Nacional”, completou.
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