O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), classificou como "particularidade local" a composição entre PL e MDB em São Paulo, e voltou a rejeitar qualquer possibilidade de aliança com o partido para o pleito do próximo ano, em Mato Grosso.
“O caso de São Paulo, onde o MDB tinha o [Ricardo] Nunes [prefeito da capital], é uma particularidade local. Aqui, no Estado de Mato Grosso, a realidade é outra. E aqui eu não tenho interesse nenhum de estar junto com o MDB”, afirmou o prefeito.
O gestor municipal afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já manifestou apoio às pré-candidaturas do deputado federal José Medeiros (PL) e do governador Mauro Mendes (União).
Nesse caso, segundo ele, não há espaço para a presidente regional do MDB, a deputada estadual Janaina Riva (MDB), na chapa bolsonarista para as eleições do ano que vem.
“O Bolsonaro tomou uma decisão: os senadores que ele vai apoiar aqui são Mauro Mendes e José Medeiros. Isso já está decidido. O foco do presidente é o Senado, e ele quer eleger senadores em todos os estados para reequilibrar o Congresso. Aqui, o Mauro e o Medeiros têm o apoio dele”, afirmou.
Ao comentar os bastidores de uma possível composição com o MDB, Abílio foi taxativo ao dizer que não faz sentido um palanque do PL com figuras do partido, citando conflitos políticos em municípios como Cuiabá, Rondonópolis, Várzea Grande e Primavera do Leste.
“Em Primavera do Leste, o MDB estava apoiando o sucessor do Léo Bertolin, que fez um trabalho contra o Sérgio Marnique, que é do PL lá. Em Várzea Grande, o prefeito era o Kalil, do MDB, está vindo candidato a deputado estadual também. Em Cuiabá, o MDB apoiou, em duas frentes, os deputados da Assembleia Legislativa apoiaram o Botelho e o ex-prefeito, que era o Emanuel, que era do MDB, lançou o Kennedy. Essa ligação com o MDB não é boa para gente. Imagina a Flávia no mesmo palanque que o Kalil, o Sérgio Manique tá no mesmo palanque que o Léo Bertolin, o Cláudio com o Thiago, eu estar aqui no mesmo palanque com Emanuel. Não tem lógica alguma disso acontecer. Então, o MDB não é só a Janaina Riva, é todo um grupo”, explicou.
Vale lembrar que Emanuel Pinheiro trocou o MDB pelo PSD, comandado em Matoo Grosso pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
SEM RUSGAS - Apesar das críticas, Abílio negou qualquer problema pessoal com a deputada Janaina, mesmo diante de rumores de que ele rejeitaria a presença dela na chapa, por conta de antigos conflitos políticos, como o suposto veto articulado por Wellington Fagundes (PL) à candidatura de Medeiros ao Senado, em eleições passadas.
“É inverdade. O Wellington sempre apoiou o Medeiros. E eu nunca falei da Janaina pessoalmente. Sempre falei do MDB, enquanto partido. Se ela mudasse de partido, talvez fosse outra conversa, mas ela assumiu o espaço que sempre quis dentro do MDB. Está confortável ali, e nós seguimos com outro projeto”, afirmou.
Questionado sobre a posição do diretório nacional do PL, Abílio reconheceu que pode haver diferenças internas, mas reafirmou que a decisão de Bolsonaro é soberana no grupo político ao qual pertence.
“A cachoeira corre de cima para baixo. Se a Executiva Nacional decidir, caberá aos membros daqui acatar. Mas o que temos hoje é a palavra do presidente Bolsonaro: apoio a Mauro Mendes e José Medeiros. E o MDB está fora do nosso palanque”, completou o prefeito.
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