A Câmara Municipal de Cuiabá está na mira dos partidos políticos, principalmente quando o assunto é mulheres com representatividade política e com possibilidades de se tornarem candidatas nas eleições de 2026.
Os projetos são para a Assembleia Legislativa, para a Câmara dos Deputados e, em alguns casos, até mesmo para uma disputa majoritária.
Na legislatura iniciada neste ano, dos atuais 27 vereadores, oito são mulheres e duas foram reeleitas - Maysa Leão (Republicanos) e Michelly Alencar (União).
Mas, existem aquelas com atuação política, como Paula Calil (PL), Katiuscia Mantelli (PSB), a líder comunitária Baixinha Giraldelli (Solidariedade) e Maria Avalone (PSDB), nomes que podem ser colocados na disputa de 2026, por terem "recall" e capacidade de vencerem uma disputa.
O outro argumento para eventuais disputas seria para cumprir a cláusula eleitoral, a cota de gênero que exige 30% das candidaturas proporcionais para deputados estaduais e federais come mulheres.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) passou a considerar não apenas as candidaturas, como também os votos obtidos. Portanto, não adianta apenas inscrever nomes e não existir a disputa, o voto, pois isto pode acarretar a perda de mandatos eletivos pelos partidos.
Dos nomes que disputam como possíveis candidatas, já se coloca como pré-candidata a vereadora Maysa Leão, que tem não apenas a confiança do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), como também o aval para disputar o cargo que melhor lhe convier. Motivos: sua capacidade de articulação e os resultados colhidos nas urnas.
Em pesquisa internas, Maysa Leão se destaca, a ponto de provocar "ciumeira "nos atuais deputados estaduais do Republicanos, Diego Guimarães, Valmir Moretto e Nininho. Em que pese os dois últimos terem suas bases no interior de Mato Grosso, enquanto a atuação da vereadora é mais concentrada na capital.
Em 2022, Maysa Leão disputou uma vaga para deputada estadual e obteve 8.275 votos. Em 2024, candidata à reeleição para a Câmara, teve um total de votos bem menor: 5.615.
Além do fato de ser mulher, uma das exigências rigorosas da legislação eleitoral, Maysa Leão é da "cozinha" de Otaviano Pivetta e tende a ter ampla participação em um eventual Governo republicano, a partir de 2027, independentemente de ser ou não eleita. Afinal, o vice-governador a considera como pessoa de confiança e de extrema capacidade, além de ter ampla articulação política.
Outro nome cotado para uma eventual disputa é Mara Araújo (Podemos). A diferença é que, de prontoe e diferente de Maysa, a médicao descarta qualquer disputa por enquanto. Ela sinalizou que defende a tese de cumprir o mandato na Câmara para corresponder à confiança do voto depositado em sua proposta quando da campanha eleitoral, já que este é seu primeiro mandato eletivo.
"Como estou em um primeiro mandato, quero me dedicar a ele integralmente. Talvez, lá na frente, se a população entender, pode ser que eu dispute um novo mandato. Mas, primeiro, passando pela reeleição", declarou Mara Araújo, para quem os ajustes partidários podem ser feitos sem a necessidade de uma candidatura sua, neste momento,
"O fato de eu não disputar não quer dizer que não vou me empenhar e dedicar para ajudar o partido eao meu grupo político. Tanto que já estou conversando e definindo apoio para os eventuais candidatos que vão buscar os votos nas eleições de 2026", disse.
Outro nome cogitado pelos partidos, mas que não vê condições de entrar em uma nova disputa, pelo menos por enquanto, é a atual presidente da Câmara de Cuiabá, Paula Calil (PL), apesar de novata em política partidária. Eleita em 2024, na primeira eleição, tem seu desempenho nestes primeiros meses à frente do Legislativo Municipal como um potencializador de votos.
"O desempenho da presidente da Câmara a credencia para qualquer disputa que desejar, pelo seu perfil conciliador e firmeza nas decisões que estão se demonstrando essenciais nestes primeiros meses da gestão Abílio Brunini em Cuiabá, bem como dos atuais 27 vereadores", disse o presidente regional do PL, Ananias Filho.
Mas a presidente do Legislativo Cuiabano reforça que assumiu a missão, junto com todos os demais 26 vereadores, de resgatar o Parlamento Municipal da incomoda pecha de "Casa dos Horrores", diante dos problemas judiciais de legislaturas passadas. Observou que prefere atuar como gestora e, dentro do possível, ajudando, indiretamente, o Partido Liberal e suas candidaturas.
"Assumi compromissos administrativos, além daqueles decorrentes do meu mandato enquanto vereadora. Em política partidária, dependemos de definições de grupos, mas não tenho intenção em disputar as eleições em 2026, mas sim em cumprir meus compromissos assumidos nas ruas, durante as eleições de 2024", disse Paula Calil.
Primeira-dama e vereadora mais votada, Samantha Íris (PL), que, inicialmente sinalizava por não disputar novos mandatos, já que está em sua primeira legislatura, acabou cedendo e é utilizada pelo marido, o prefeito de Cuiabá, como possível nome do PL a ser contemplado em uma eventual composição em chapa de outro partido (leia-se Republicanos), que ainda teria o deputado José Medeiros como candidato a uma das duas vagas para o Senado,
Como Abílio já sinaliza abertamente pela candidatura do vice-governador, mesmo admitindo que o PL também tem colocado o nome do senador Wellington Fagundes como candidato a governador, fica a dúvida de como o PL irá se portar nas eleições;
O prefeito de Cuiabá sempre negou a possibilidade de esposa disputar um novo mandato. Mas, recentemente, colocou uma dúvida na cabeça dos companheiros de partido, ao admitir que ela poderia, sim ,disputar uma vaga na Assembleia Legislativa.
Para não ficar ruim com os compromissos feitos com outros partidários, como deputados estaduais e federais, Abílio Brunini sinaliza que uma candidatura de Samantha Íris se daria para reforçar a chapa liberal, em busca de conquistar maior representatividade na Assembleia Legislativa.
Essa sinalização, que agrada a cúpula do PL, no entanto, desagrada alguns dos aliados que veem suas chances reduzidas, diante do potencial de votos da primeira-dama e vereadorafoi a mais votada em 2024, com mais de 7 mi votos. Pportanto, com chances reais de conquistar uma das 27 vagas de deputado estadual, em 2026.
A verdadora Michelly Alencar admite disputar no ano que vem, mas criou atrito com a cúpula do seu partido, o União Brasil, e abriu brechas para que o PL, por meio de Abílio, a convidasse para se filiar ao partido do condenado Jair Bolsonaro.
Só que, pelo visto, ela vai ter que aguardar abrir a janela partidária, pois não existe ânimo no União Brasil - hoje Federação União Progressista (UP) - em lhe dar uma carta de anuência para trocar de sigla.
A vereadora, que perdeu protagonismo com o fim do mandato de Emanuel Pinheiro (PSD), de quem era critica mordaz e, agora, prefere o silêncio e atuação sem brilho por causa da presença do esposo Jefferson Neves como titular da pasta e Esporte e Cultura da gestão Abílio Brunini, até sinaliza para uma eventual disputa eleitora.
Só que a falta de tato político e os estragos protagonizados por sua posição devem dificultar seu desempenho eleitoral, em uma eventual disputa para uma vaga na Assembleia Legislativa, apesar dela ter praticamente dobrado de voto, entre 2020 e 2024.
Baixinha Giraldelli (Solidariedade) e Maria Avalone (PSDB) não devem disputar as eleições de 2026, mas não são nomes que os seus respectivos partidos descartam a possibilidade de lançar para cumprir com as metas da legislação eleitoral.
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