Abilio aposta no diálogo para evitar greve e tenta virar o jogo com servidores da Saúde

Abilio aposta no diálogo para evitar greve e tenta virar o jogo com servidores da Saúde Emanoele Daiane

O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), desceu literalmente à praça para conversar com os servidores da Saúde. O encontro aconteceu na noite desta segunda-feira (13), em frente ao Palácio Alencastro, e durou mais de duas horas. Em meio à tensão causada pela redução do adicional de insalubridade, Abilio tentou mostrar que o caminho não é o confronto, mas a negociação.

Ele prometeu entregar até quarta-feira (15) uma proposta conjunta entre o Executivo e os sindicatos, com base em dados oficiais que serão repassados pela Secretaria de Gestão. A ideia é transformar o texto em projeto de lei e enviá-lo à Câmara Municipal ainda nesta semana. “Se não tiver consenso, não tem projeto de lei. O que está em vigor é a lei A1, e é nela que temos que nos basear até encontrarmos uma alternativa viável”, afirmou o prefeito.

Durante o discurso, Abilio deixou claro que a situação financeira da Prefeitura é delicada. Disse que herdou uma frustração de receita superior a R$ 300 milhões, mas garantiu que saúde e educação seguem recebendo mais do que o mínimo constitucional. O prefeito afirmou ainda ter suspendido compromissos da agenda para se dedicar exclusivamente ao tema. “Isso é prioridade para mim”, disse.

A reunião na praça ocorreu poucas horas depois de a categoria decretar estado de greve. O movimento é uma reação à redução da insalubridade, medida exigida por um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a Prefeitura e o Ministério Público Estadual em 2023. O acordo determina que o adicional seja calculado com base no salário-base inicial, o que reduziu significativamente o valor recebido por parte dos servidores.

Abilio tenta administrar o desgaste político que a crise provocou dentro e fora da Prefeitura. Às vésperas de uma viagem internacional, quando deve representar Cuiabá em agendas em Dubai e na China, o prefeito quer resolver o problema antes de embarcar. Uma greve da Saúde agora seria tudo o que ele não precisa.

O caso expõe a dificuldade de conciliar discurso de austeridade com a pressão de uma categoria que não aceita perder benefícios conquistados. O prefeito tenta equilibrar cálculo fiscal com o termômetro político, consciente de que qualquer erro pode custar caro. A proposta que será apresentada até quarta-feira definirá se Abilio conseguirá manter o diálogo aberto ou se a crise da insalubridade vai se transformar em mais um campo de batalha em Cuiabá. 

FONTE:  PREFEITURA DE CUIABÁ