Foto: Giovani ferreira
O deputado estadual Wilson Santos (PSD) e os senadores Wellington Fagundes (PL) e Jayme Campos (União Brasil) cobraram explicações da Energisa Mato Grosso e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre o processo de renovação da concessão de distribuição de energia no estado. As declarações foram dadas antes da audiência pública realizada nesta quinta-feira (23), na Assembleia Legislativa.
O contrato atual de concessão, firmado em 1997, vence em 2027. Para Wilson, é incoerente discutir uma nova prorrogação de 30 anos enquanto a empresa ainda não cumpre obrigações do contrato vigente.
“Se a Energisa quer mais 30 anos, primeiro precisa dar conta do contrato atual. Há cláusulas que não foram executadas, regiões inteiras sem energia trifásica e prejuízos em setores essenciais, como postos de saúde que perdem vacinas por falta de energia”, afirmou o parlamentar.
Wilson citou que a precariedade do fornecimento afeta tanto a população quanto o setor produtivo. Segundo ele, produtores rurais têm prejuízos com a perda de leite e queijo, enquanto indústrias enfrentam paralisações por quedas de energia. “É um grito de socorro vindo de várias regiões de Mato Grosso”, resumiu.
O senador Wellington Fagundes também criticou a qualidade do serviço prestado e disse que já tratou do tema em reuniões com o Ministério de Minas e Energia, com a Aneel e com a direção da Energisa.
“Existe muita insatisfação com a qualidade do serviço. Precisamos garantir energia firme, eliminar comunidades isoladas e cumprir o cronograma de investimentos. A energia hoje é um dos principais problemas de Mato Grosso”, declarou.
O senador ainda alertou para os danos causados pelas oscilações na rede elétrica. “Os picos de energia queimam geladeiras, equipamentos e produtos em pequenos comércios. Também já houve registros de incêndios provocados por variações de tensão”, afirmou.
O senador Jayme Campos também acompanhou o encontro, reforçando o apoio às cobranças feitas pelos parlamentares mato-grossenses sobre a necessidade de melhorias no sistema elétrico e mais transparência no processo de renovação da concessão.
Em Mato Grosso, há casos confirmados de unidades de saúde que ficaram sem energia elétrica, o que comprometeu o armazenamento de vacinas, como ocorreu na UBS do Quilombo, em Cuiabá, e em unidades de Várzea Grande que ficaram sem atendimento e comunicação após panes na rede elétrica.
A audiência pública da ALMT contou com a presença do diretor da Aneel Fernando Mosna, relator do processo de renovação da concessão. O tema segue em análise técnica e depende de parecer final do Ministério de Minas e Energia, responsável por decidir sobre a prorrogação do contrato, que vence em dezembro de 2027.
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