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A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou na manhã de sexta-feira, 5 de dezembro, a Operação Ditadura Faccional CPX, destinada a desarticular uma célula do Comando Vermelho com atuação em Cuiabá, Várzea Grande e Jaciara. A ação cumpriu 11 mandados de prisão temporária e 11 mandados de busca e apreensão. O balanço oficial aponta um cenário de alta periculosidade: o líder do grupo morreu em confronto, sete suspeitos foram presos e três seguem foragidos.
O homem identificado como chefe da célula, Bruno César Amorim Santos, conhecido como Vasco, reagiu à abordagem policial e foi baleado. A DHPP o aponta como responsável por ordenar execuções e comandar disputas territoriais na Grande Cuiabá. Entre os crimes atribuídos ao grupo está o assassinato de José Wallafe dos Santos, ocorrido em agosto, em Várzea Grande. A vítima foi sequestrada com a esposa e o filho de dois anos. O corpo foi encontrado dias depois em cova rasa, com sinais de extrema violência.
A operação ocorre após meses de investigação sobre homicídios, torturas, ocultação de cadáver e conflitos motivados pelo avanço da facção em áreas urbanas. Entre os presos estão Katiane da Silva Flôr Lara, Samuel Galheiro dos Santos, conhecido como SG, Dioge da Silva Rodrigues, Akillis Brandão Evangelista, Joel Aparecido da Silva, chamado de Pé Fofo, e Robert Assis de Oliveira. Em Jaciara, um casal foi detido por participação em um homicídio registrado em março, no bairro Três Barras, em Cuiabá.
Três integrantes continuam foragidos e são considerados de alta periculosidade: Guilherme da Silva, conhecido como Formiga, Fábio Luciano Ribeiro da Cruz, chamado de MN Boy, e Michelly Gomes de Sousa, de 22 anos. Segundo a polícia, eles desempenhavam funções essenciais dentro da célula criminosa, incluindo logística, repasse de ordens e participação em execuções.
A investigação também alcança outro homicídio cometido em março, motivado por ciúmes e conflitos pessoais. Os envolvidos foram identificados por testemunhas e monitorados pela DHPP até o cumprimento dos mandados.
A Operação CPX integra o plano Tolerância Zero do governo estadual no enfrentamento às facções criminosas. A Polícia Civil sinaliza que novas fases devem ocorrer nos próximos dias, com possibilidade de novas prisões e aprofundamento das apurações. A expectativa é de que os materiais apreendidos, como celulares e documentos, revelem rotas de fuga dos foragidos e conexões com outros núcleos da facção no estado.
Para a polícia, a morte do líder do grupo e as prisões já efetuadas representam um enfraquecimento da estrutura do Comando Vermelho na região metropolitana. A expectativa é de redução dos ciclos de violência que atingem bairros dominados pela facção e de avanço nas investigações sobre desaparecimentos e execuções recentes.
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