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VEJA NO QUE DEU: Mais de 1,4 mil vagas de cubanos não são preenchidas por brasileiros; a maioria dos locais fica no Norte e Nordeste
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12/01/2019 - 07:59
operadoras
Redação
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Mais de 1,4 mil vagas deixadas pelos cubanos no programa Mais Médicos não foram preenchidas por profissionais brasileiros, mostra balanço divulgado nesta sexta-feira, 11, pelo Ministério da Saúde. O número representa cerca de 16% dos postos de trabalho deixados pelos estrangeiros em novembro, quando Cuba rompeu o convênio com o Brasil.
As 1,4 mil vagas ficaram sem interessados mesmo após a realização de dois editais para médicos com CRM Brasil. Do total de postos não preenchidos, 842 nem sequer tiveram inscritos. Outros 620 registraram interessados, mas, após a inscrição, os médicos não compareceram às unidades de saúde no período determinado, que terminou nesta quinta-feira, 10.
Agora, o Ministério da Saúde abrirá as vagas ociosas para brasileiros ou estrangeiros formados no exterior que não revalidaram o diploma e, portanto, não têm registro profissional no Brasil.
Segundo cronograma divulgado pela pasta, os brasileiros formados fora do País poderão escolher as vagas nos dias 23 e 24 de janeiro. Depois, nos dias 30 e 31 de janeiro, médicos estrangeiros poderão entrar no sistema e selecionar um município com vagas abertas para trabalhar.
Postos do Mais Médicos sem inscritos, 85% ficam no Norte e Nordeste
Das 842 vagas do programa Mais Médicos antes ocupadas por cubanos e que não tiveram inscritos nos dois editais voltados para brasileiros, 85% estão em cidades do Norte e do Nordeste e 51% se concentram em dois Estados: Amazonas e Pará. Os números, tabulados com base em dados do Ministério da Saúde, mostram ainda que um em cada quatro postos sem inscritos está em distrito sanitário indígena.
Estão espalhadas nos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Nenhuma vaga no Sudeste ficou sem interessado. Já na região Sul, somente 62 vagas no Rio Grande do Sul não tiveram inscritos.
Sem atendimento
Morador de Paragominas, no sudeste do Pará, Estado com o maior número de vagas sem inscritos (240), o agricultor Josemar Alves, de 36 anos, tem sofrido ao buscar atendimento para a filha Juliana, de 5. Portadora de asma, ela apresenta constantes crises e precisa de atendimento médico para fazer inalação, uma vez que não tem aparelho em casa.
Distante 300 quilômetros da capital, Paragominas é um dos municípios que ainda aguardam profissionais aderirem ao programa. "Nos postos de saúde até encontramos médicos, mas quando um falta no plantão, não tem ninguém para ocupar a vaga. É quando sentimos a maior necessidade deles (os médicos cubanos)", conta Alves.
Segundo o coordenador da Atenção Primária de Saúde do município, Roberto Gomes, a saída dos cubanos do Brasil representa uma perda a ser corrigida apenas quando os novos profissionais ocuparem as vagas.
"Contamos que os médicos venham e fiquem no município. Eles fazem parte do nosso planejamento da atenção básica e a população conta com isso", reforça. Das 11 vagas do programa abertas na cidade, três ainda não foram preenchidas pelos novos editais.
Em Breves, na região do Marajó (PA), ainda faltam sete profissionais para ocuparem as vagas. A cidade fica distante 226 quilômetros de Belém, com acesso apenas de barco ou avião de pequeno porte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)