Por Mário Marques de Almeida  Nas proximidades de Cuiabá, Lago de Manso é dez vezes maior que o de Paranoá, em Brasília, e maior que a Baia de Guanabará. Foi formado a partir de barragem que abriga uma hidrelétrica   O desastre causado pelo rompimento de barragem da Vale – uma das maiores mineradoras do mundo e a terceira maior empresa do Brasil - na cidade de Brumadinho (MG),  pode muito bem acender preocupação quanto as condições da barragem de Manso – que formou um imenso lago que abrange os municípios de Chapada dos Guimarães e Nova Brasilândia, distante cerca de 90 Km de Cuiabá e cujas águas chegam próximo da região de Bom Jardim, no muncípio de Nobres.A  represa ganhou o atual volume recebendo as águas dos rios Manso e da Casca. São 470km² de  extensão — quase dez vezes o Lago Paranoá, em Brasília, e pouco maior do que a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.Embora a barragem de Manso seja para abrigar uma usina hidrelétrica, e não rejeitos de mineração, como as pertencentes à mineradora Vale, em  Minas Gerais, o fato é que, descartando-se qualquer sintoma alarmista de nossa parte, a verdade que não deixa de ser preocupante, principalmente para as populações que vivem em seu entorno, diz respeito à hipotética ocorrência –  ainda que de possibilidades remotíssimas  –  de um evento que, por quaisquer falhas estruturais, possa acarretar a sua ruptura. Só de pensar na dimensão da tragédia, é assustador!Daí, forçoso se remeter à cobrança no sentido de a empresa que explora a concessão da hidrelétrica, assim como os órgãos ambientais e de fiscalização de Mato Grosso, reforçem vistorias (se é que não reforçaram ainda) sobre as condições da barragem.Sem histerismos ou alarmes falsos, adotar providências dessa natureza nunca é demais, sobretudo depois do que aconteceu com barragens mineiras e as tragédias humanas, sociais e econômicas causadas pelo rompimento dessas estruturas, até então consideradas de baixo risco.Fica o alerta!   Sem sobressaltos   Para evitar conjecturas e ilações descabidas referentes a esta matéria, adiantamos estar longe de nós a intenção de fazer, aqui, exercícios especulativos, futurológicos ou sensacionalismo sobre supostos riscos de que algo semelhante às barragens mineiras – aliás, construídas para outras finalidades -  possa acontecer em Manso. Em tempo: Não somos, evidentemente, nenhum expert no assunto e nem possuimos informações ou dados técnicos específicos sobre essas construções de engenharia pesada, particularmente no que se refere ao estado de conservação da situada nas confluências dos rios da Casca e Manso. O que sabemos sobre represas para geração de energia é que as barragens possuem comportas para dar vazão, evitando a pressão e o transbordamento excessivo  da água em períodos de cheia – o que, em tese, evita acidentes como os verificados nos casos mineiros.Diante disso, externamos apenas o receio de leigo, a exemplo do que centenas, talvez milhares de outras pessoas, leitores ou não desta página, possam já ter, em algum momento de suas vidas, se deparado com o pressentimento desse tipo de acidente vir ocorrer - o que não deixa de causar um certo “frio” na espinha de todos nós!