Barragem de rejeitos de mineração no Pantanal tem risco alto de ruptura; caso ocorra acidente pode afetar gravemente todo o bioma regional
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28/01/2019 - 18:48
rejeitos
Redação
A barragem da Vale próxima da cidade de Corumbá, no estado vizinho de Mato Grosso do Sul, situada nas imediações do Pantanal é só um pouco menor em tamanho e volume de rejeitos da que se rompeu em Brumadinho, Minas Gerais, e provocou uma das maiores tragédias humanas, econômicas e ambientais do país nesse tipo de acidente.Há risco considerado grande de ruptura na barragem localizada no Pantanal, o que afetaria esse bioma, já bastante fragilizado por vários agentes poluidores e abrange, além do MS, Mato Grosso e parte dos territórios da Bolívia e Paraguai.
Segundo as autoridades, a barragem tem alto potencial de inflingir danos irreparáveis às pessoas que trabalham e vivem em seu entorno, além de causar impactos ambientais imensuráveis na região pantaneira.
Com o sinal “amarelo” de alerta piscando, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) anunciou nesta segunda-feira, 28, a formação de um grupo de trabalho para fiscalizar, em caráter emergencial, uma barragem da Vale em Corumbá, na região oeste do Estado. A Barragem de Gregório, na Morraria do Urucum, é similar à de Brumadinho (MG), que se rompeu na última sexta-feira, 25, e considerada de dano potencial alto. A capacidade, de 9,3 milhões de m3 de rejeitos de minério de ferro, é pouco menor que a da barragem que rompeu, de 12 milhões de m3. Em caso de rompimento, os rejeitos afetariam o bioma do Pantanal. Conforme o governo do MS, duas outras barragens de rejeitos de mineração em Corumbá, das empresas MMX e Vetorial, também serão fiscalizadas a partir desta terça-feira (29). "O Estado quer ter essa segurança em relação às barragens de Corumbá, onde três das dez em atividade são de alto risco. Depois do que aconteceu em Brumadinho, precisamos nos certificar de que não corremos nenhum risco de um acidente de grandes proporções", disse o secretário estadual de Meio Ambiente, Jaime Verruck. "A vistoria vai tranquilizar o Estado, a empresa e principalmente a comunidade que vive no local", afirmou. O grupo de trabalho inclui agentes e técnicos do Ibama, Agência Nacional de Mineração (ANM), Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental e Defesa Civil, além do Imasul. Antes das vistorias in loco, a equipe se reúne, nesta terça, com representantes da Vale, MMX e Vetorial para analisar os planos de monitoramento das barragens e os sistemas de segurança.