DRAMA SEM FIM: Com quatro meses de salários atrasados, funcionários da Santa Casa suspendem cirurgias e podem entrar em greve geral

DRAMA SEM FIM: Com quatro meses de salários atrasados, funcionários da Santa Casa suspendem cirurgias e podem entrar em greve geral santa casa
RedaçãoCom os salários atrasados desde novembro do ano passado, funcionários da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá suspenderam as cirurgias que seriam realizadas ontem (11). A interrupção das atividades atingiu apenas os trabalhadores do centro cirúrgico, mas não é descartada uma greve geral.A Santa Casa está em meio a uma crise financeira que se arrasta há mais de um ano. Por conta desta situação, a instituição filantrópica mudou recentemente de gestor com a saída do ex-presidente Antônio Preza. No lugar, assumiu Carlos Coutinho. O número de cirurgias suspensas não foi informado.Além disso, em fevereiro passado, o secretário municipal de Saúde, Luiz Antônio Possas de Carvalho, chegou a receber uma comissão do movimento "Santa Casa de Portas Abertas” para discutir a situação do hospital. Entre os presentes estavam funcionários da Santa Casa, representantes do Conselho Municipal de Saúde, o presidente da Câmara Municipal, vereador Misael Galvão e os vereadores Toninho de Souza, Luís Cláudio, Clebio Borges, o deputado estadual Paulo Araújo e o ex-deputado federal Victório Galli, entre outros.O resultado da reunião foi a criação de uma comissão com representantes da direção da Santa Casa, dos funcionários, da Câmara Municipal e da Prefeitura para construir uma proposta sobre o que precisa ser feito para reabrir as portas da Santa Casa e apresentar para o prefeito Emanuel Pinheiro.Já no começo deste mês, Pinheiro autorizou a liberação de mais recursos para que o hospital consiga se manter de portas abertas. "Preocupado com a população que depende da saúde pública (SUS) e em consideração à história da Santa Casa, à nova direção do hospital, à comissão de vereadores que acompanham este processo e à articulação feita e pelo secretário municipal de Saúde e técnicos da Saúde da Capital, hoje estou autorizando a liberação dos 3,6 milhões para o dia 11 de março, mediante um cronograma de serviços à população e também à assinatura de um documento por todas as partes. Esta data foi escolhida para que possamos manter o equilíbrio das contas públicas, sem sacrificar o compromisso dos cofres do Município”, disse o prefeito na ocasião.Pinheiro enfatizou ainda que a Prefeitura sempre foi parceira da Santa Casa. “Nós não somos os responsáveis pelo caos financeiro da Santa Casa. Eles tiveram um problema de gestão interna. Continuamos abertos para ajudar, dentro dos limites do Tesouro Municipal e dentro de um cronograma de atendimento à população”, disse.A exigência principal feita pelo prefeito para o repasse destes recursos é que a Santa Casa pague seus funcionários, que já estão há meses sem receber. O hospital também deverá cumprir uma meta de prestação de serviços, que são atendimentos oferecidos à população por meio da Secretaria Municipal de Saúde. Contudo, segundo os funcionários, a verba não havia sido liberada até ontem. À tarde, foi realizada uma reunião entre os trabalhadores e representantes da unidade hospitalar para normalizar os atendimentos.