Casos de meningite que ocorrem em cidades mato-grossenses podem ter sido transmitidos a partir de caramujos africanos
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17/03/2019 - 02:21
caramujo
RedaçãoNão existem, por enquanto, nenhum levantamento do setor de saúde do Estado indicando que a ocorrência de diversos casos de meningite constatados em Mato Grosso nos últimos dias, inclusive em cidades como Cuiabá e Várzea Grande, estejam associados à transmissão da doença feita a partir do caramujo africano. A espécie pode ser encontrada em MT, principalmente em períodos chuvosos, como agora, mas é mais comum no vizinho Mato Grosso do Sul e em outras regiões.Os caramujos africanos são moradores de áreas como pomares, hortas, terrenos baldios e até mesmo nos jardins domésticos. Mas, basta uma chuva – como as dos últimos dias – para que os moluscos saiam das tocas. Com as lesmas carregando nas costas a "casa" onde se escondem.Estes animais podem causar riscos à saúde e por isso mesmo precisam ser combatidos. Isso porque os caramujos africanos, a espécie que foi introduzida no país na década de 1980, podem ser transmissores de duas graves zoonoses, causadas por vermes do mesmo gênero.Uma delas é a meningite eosinofílica, causada pelo verme Angiostrongylus cantonensis. Normalmente, ratos são o destino final do parasita, mas no homem pode se envolver acidentalmente. Devido ao difícil diagnóstico, a doença pode ser fatal.Outra grave zoonose é a angiostrangilíase abdominal, causada pelo Angiostrongylus costaricensis. A doença costuma ser assintomática, mas, como os vermes se alojam nas parede intestinais, podem causar a ruptura e, consequentemente, até mesmo o óbito das vítimas, dentre as quais estão humanos.ExtermínioPelo potencial de riscos que representam à saúde das pessoas,os caramujos precisam ser exterminados. Mas, há maneiras corretas de fazer tal procedimento sem colocar a saúde em risco.Normalmente, os caramujos saem das tocas após a chuva. É quando a captura deve ocorrer, sempre utilizando uma luva ou saco plástico. Após isso, os animais devem ser colocados em um recipiente contendo 3/4 de água e 1/4 de água sanitária por 24 horas.Após isso, o molusco vai dissolver e não vai mais oferecer riscos. A água suja pode ser jogada na privada e a concha deve ser jogada no lixo, pois se ficar no ambiente ela pode se tornar reservatório de mosquitos como o da dengue, por exemplo.