CAMINHO DAS URNAS: Sem adversários de peso pela frente, Pedro Taques pavimenta sua reeleição, mas há riscos de "acidentes no percurso"

CAMINHO DAS URNAS: Sem adversários de peso pela frente, Pedro Taques pavimenta sua reeleição, mas há riscos de urna47
Por Mário Marques de Almeida Embora não faltem “balões de ensaios”, sondagens e conversas de bastidores, o cenário eleitoral mato-grossense com vistas às eleições de 2018 permanece indefinido no que se refere ao surgimento efetivo de um nome com peso político para concorrer contra o governador Pedro Taques – este sim candidato assumido à reeleição e que, até o momento, está sozinho no páreo.E olhe que já estamos a 8 meses do pleito, período do ano em que as forças que realmente têm cacife para enfrentar essa disputa majoritária já era para ter mostrado a “cara”...  Em eleições anteriores, por esta mesma época, mais de uma candidatura a governador estava posta e em plena articulação. Fala-se, pelos lados da oposição, no nome do senador Wellington Fagundes, principal líder do Partido da República (PR) em Mato Grosso e um dos expoentes da legenda em âmbito nacional. Político com longa trajetória e experiência na vida pública, com mais de 30 anos de mandatos, sendo sete consecutivos de deputado federal.Efetivamente, o republicano não tem o perfil de “sparring” para Pedro Taques ou de candidato-azarão, desses que, eleição após eleição, se lançam por siglas minúsculas, colocando suas “candidaturas” no aluguel.Quanto a Wellington, pessoas próximas a ele dizem que o senador tem pela frente “mais cinco anos de mandato, uma situação cômoda para concorrer ao Governo do Estado, tendo em vista que para tal não precisa renunciar ao Senado e, na hipótese de perder para Pedro Taques, continuará senador da República até 2023”.Mesmo assim, não faltam vozes que garantem que Wellington vai se escudar num cargo ministerial, provavelmente o de ministro de Transportes, a partir de abril, mas foge do enfrentamento com Taques como o “diabo corre da cruz”, no dizer de um experiente observador político. Será um ponto fora da curva ele se dispor a sair candidato a governador, ainda que tenha uma situação política aparentemente favorável para tanto.   No entanto, caso Wellington Fagundes resolva disputar, o resultado das eleições fica imprevisível e vai depender do candidato que conseguir aglutinar maior número de forças emergentes da política estadual, e estão correndo por fora, ou seja, sem projetos majoritários e mirando apenas mandatos proporcionais (Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa).   Somente na hipótese de se configurar, além de Pedro Taques, um segundo candidato  com cacife eleitoral (e não mero “aventureiro”) na disputa para o governo,  abre-se espaço nas coligações para partidos de porte médios ou até menores, isto porque, numa eleição disputada, sem amplos favoritismos para quaisquer dos lados, passam a ser “enxergados” pelos que comandam o jogo na cúpula. Essa inserção dos que tendem a ficar na “plateia” ou irem a “reboque” é  legítima e, por que não?, democrática.   Entre essas legendas fora da disputa principal, mas nem por isso todas elas podem ser vistas como "nanicas" ou eleitoralmente insignificantes, está o Solidariedade, que pode já ser considerado  partido de porte médio para os padrões partidários mato-grossenses, comandado em Mato Grosso pelo prefeito de Rondonópolis, José Carlos do Pátio, e que articula uma chapa para Assembleia Legislativa com 36 candidatos, e alimenta expectativa de eleger de dois a três parlamentares, além de que busca filiar um nome com densidade elitoral para ser candidato a deputado federal.   Já na equação envolvendo os grandes partidos se destaca também o Dem com Jayme Campos, mas ao que tudo indica, ele almeja ser candidato a uma das duas vagas para o Senado em chapa encabeçada pelo governador.Nessa movimentação toda, o Dem poderá vir contar com o ex-prefeito  de Cuiabá, Mauro Mendes, que sinaliza ingressar na legenda comandada por Campos. O ex-prefeito poderá somar como vice de Pedro Taques ou na primeira suplência de Jayme. Esse é o cenário que está se desenhando, caso não surja no caminho das urnas a chamada “caixinha de surpresas”, que costuma aparecer quando menos se espera, inclusive na atividade política, e cause uma reviravolta nas pedras que estão se movimentando nesse xadrez eleitoral. E se isso vier a ocorrer, não se pode chamar de “zebra”, pois Mauro Mendes terá, caso se filie ao Dem, um partido estruturado para lhe respaldar numa eventual candidatura a governador, caso também esteja disposto topar a parada que, no seu caso, representará uma ruptura com o aliado Pedro Taques, levando o Dem junto para a oposição. Difícil, mas não impossível!Deixando o PR de Wellington de lado e o DEM dos Campos, tem o MDB de Carlos Bezerra que ainda sofre os baques e desgastes da era de Silval Barbosa e vem tentando se agarrar em qualquer “tábua de salvação” com relação à majoritária. O MDB tem história e quadros para se recuperar em Mato Grosso, mas não nestas eleições.MDB e PTB de Chico Galindo, por falta de alternativas eleitorais mais viáveis, ainda se aferram ao projeto de uma candidatura a governador do conselheiro afastado do Tribunal de Contas, Antonio Joaquim, cada vez mais remota  e difícil de emplacar. Todavia, no que tange ao PTB, com menos desgastes que o MDB (antigo PMDB), terá mais facilidade para se aninhar tanto no apoio a Pedro Taques como para outro candidato com envergadura política e eleitoral de se eleger.   A legenda  de  Galindo já não  é  vista como "fiel da balança" conforme ocorria em eleições passadas, mas tem flexibilidade ideológica para se aliar em qualquer um dos lados eventualmente colocados na disputa majoritária.