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DEVASTAÇÃO DE FLORESTAS: Desmatamento e queimadas crescem em MT, e na Amazônia colocam Manaus em emergência
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09/08/2019 - 19:24
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A devastação da Amazônia vem sendo intensificada e aumenta em vários Estados da região, a exemplo de Mato Grosso, Pará e Amazonas, entre outros. Para ambientalistas e estudiosos da questão, o impulso ao crescimento dos focos de destruição pode estar ligado à política bolsonarista de desmontar órgãos de fiscalização, controle e punição de crimes ambientais, com o próprio presidente inclusive desacreditando a veracidade de dados científicos sobre derrubadas ilegais de árvores,Manaus e sul do Amazonas em emergênciaO sul do Amazonas e a região metropolitana de Manaus estão em situação de emergência por causa do impacto negativo do desmatamento ilegal e de queimadas não autorizadas. Segundo a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), o Amazonas registrou, nos sete primeiros meses do ano, 1.699 focos de calor, dos quais 80% (1.372) aconteceram em julho, mês em que se iniciou o período de estiagem. Assinado pelo governador em exercício, Carlos Almeida (PRTB), na sexta-feira passada, 2, o decreto que colocou partes do Estado em situação de emergência ficará em vigor por 180 dias e tem o objetivo de agilizar as ações de combate aos focos de calor e conter o desmatamento e as queimadas na Amazônia. "A medida que estamos adotando tem por objetivo conter desmatamentos e queimadas, que degradam a floresta, o nosso maior ativo, como as queimadas", explicou, em nota, o vice-governador. "Nossa secretaria de atuação ambiental, a Sema, adotará todas as medidas necessárias para contermos quaisquer ações de crime ambiental no Estado." Desmatamento na Amazônia Em julho, a Amazônia Legal, que abrange nove Estados, teve uma área desmatada de 2.254 quilômetros quadrados, o que equivale a mais de um terço de todo o volume desmatado nos últimos 12 meses, entre agosto de 2018 e julho de 2019, período em que o volume total do desmatamento chegou a 6.833 km². Os dados são do Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real (Deter), ferramenta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que serve para orientar ações de fiscalização contra o desmatamento. Ricardo Galvão e Inpe x Bolsonaro Os dados do Inpe foram alvo de um bombardeio por parte do governo que culminou com a saída de Ricardo Galvão do comando do órgão na semana passada. A polêmica começou com declarações de Bolsonaro no dia 19, quando, em encontro com jornalistas estrangeiros, ele acusou os números do instituto de serem "mentirosos" e insinuou que Galvão estaria "a serviço de alguma ONG (organização não governamental)". O pesquisador reagiu e afirmou que a atitude do presidente foi "pusilânime e covarde". Os dias seguintes foram marcados por várias outras manifestações de Bolsonaro questionando as informações e dizendo que sua divulgação prejudica a imagem do País. Ele também afirmou que queria receber as informações antes de elas serem tornadas públicas. Anunciado na segunda-feira, 5, como novo diretor do Inpe, o coronel da Aeronáutica da reserva Darcton Policarpo Damião assumiu o cargo com a promessa de dar "transparência total" aos dados sobre desmatamento no País. Em entrevista exclusiva ao ao jornal O Estado de S. Paulo, ele apontou "teoria da conspiração" quando se sugere que informações sobre áreas que sofrem desmate podem ser censuradas. Mato GrossoCom referêncoa específica à situação ambiental em Mato Grosso, confira reportagem desta sexta-feira (9), do joirnal Diário de Cuiabá:Queimadas crescem 52% em Mato GrossoDe acordo com o Inpe, somente nos sete primeiros dias deste mês foram contabilizados 1.183 focos
JOANICE DE DEUSProibidas desde 15 de julho passado, as queimadas seguem em escala crescente em Mato Grosso. Até ontem (08), o Estado registrava 9.959 focos de calor em todo território mato-grossenses, o que representa um aumento de 52% em relação ao ano passado quando foram 6.529 incêndios. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). De acordo com o Inpe, somente nos sete primeiros dias deste mês foram contabilizados 1.183 focos. Em todo país, são 48.216. Além de Mato Grosso, entre os estados com maiores registros estão o Tocantins (4.741), Roraima (4.606), Amazonas (3.486) e Maranhão (3.460). Ainda no Estado, nas últimas 48 horas, Colniza (1.156 quilômetros, ao noroeste de Cuiabá) registrava 56 pontos de queimadas. Já nesta última terça-feira (06), o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) finalizou o combate a um incêndio florestal na área de proteção ambiental das cabeceiras do Rio Cuiabá. Conforme informações da assessoria de imprensa do CB, foram atingidos mais de 3,1 mil hectares. O incêndio teve início no sábado (03) e foi extinto em ação conjunta do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) e o Grupo Aviação Bombeiro Militar (GavBM). Para combater as chamas, atuaram 16 bombeiros, sendo 11 militares por terra, mais a aeronave (piloto e co-piloto) e seu apoio no solo para abastecimento de água e combustível. A operação de combate aéreo utilizou mais de 30 mil litros de agente extintor. Segundo o CB, o apoio dos moradores locais foi fundamental para o sucesso da operação, no suporte para a base e também no combate terrestre onde houve a atuação em conjunto. Ao decretar o período proibitivo, que segue até 15 de setembro, o governo do Estado lançou a temporada de resposta contra os incêndios florestais. Neste sentido, numa primeira etapa, os órgãos estaduais e federais se juntam para o monitoramento e combate às queimadas em áreas rurais, evitando que se transformem em incêndios de grandes proporções causando danos ao meio ambiente e a saúde humana e de animais. Áreas prioritárias, como unidades de conservação (UC), entre elas, o pantanal e Chapada dos Guimarães, com monitoramento constante. A proibição considera o aumento de focos de incêndio, devido ao período de estiagem, calor intenso e baixa umidade. Portanto, o prazo de proibição pode ser prorrogado dependendo das condições climáticas. Durante estes meses fica proibido o uso de fogo em áreas rurais para limpeza e manejo até mesmo para os proprietários que tem certidão com autorização de queima controlada. A penalidade para quem provocar queimadas está prevista em lei e vai desde multa até prisão para quem for pego em flagrante. Pelo artigo 41 da Lei de Crimes Ambientais, provocar incêndios em matas ou florestas pode resultar em uma pena variável de dois a quatro anos e multa, em caso de crime doloso (intencional), ou de seis meses a um ano e multa, se culposo. O valor da multa varia entre R$ 1 mil e R$ 7,5 mil por hectare. No Estado, as secretarias de Segurança Pública (Sesp) e de Meio Ambiente (Sema) junto com órgãos federais, como Ibama e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), trabalham de forma cooperada em Mato Grosso para minimizar os riscos de queimadas nas áreas rurais. Além disso, há as salas de situação desconcentradas dos Bombeiros em Cuiabá, Barra do Garças, Tangará da Serra, Sinop e Cáceres, com apoio dos Comandos Regionais dos municípios. Para esta temporada estava previsto o uso de 87 veículos, dois aviões e um helicóptero e 1.327 combatentes entre civis e militares, se revezando entre 350 e 400 homens por dia. De acordo com informações da Sema, o investimento conjunto de todas as agências previsto é de R$ 8,5 milhões. Para o atendimento imediato e de combate aos incêndios florestais deve ser acionado pelo número 193 do Corpo de Bombeiros. Em caso de denúncias de queimadas, o cidadão deve entrar em contato pelo 0800-647 7363. Já os focos urbanos devem ser denunciados na prefeitura do município da ocorrência, nas secretarias municipais de Meio Ambiente ou Defesa Civil municipal. Porém, as queimadas em perímetro urbano são proibidas durante o ano todo.