Cuiabá amanhece com o tempo nublado por nuvens de fumaça e aumenta mal estar e problemas respiratórios nas pessoas
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18/08/2019 - 23:59
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Redação
A Capital mato-grossense amanheceu nesta segunda-feira com o céu em tom cinza
O efeito da seca prolongada e aumento exagerado dos focos de queimadas no entorno da Capital e no restante do Estado vêm elevando a temperatura em Cuiabá, já tradicionalmente calorenta, e cobrindo o céu com camadas espessas de nuvens de fumaça. Dando um tom cinza e "abafado" na cidade.
O fenômeno de calor em excesso, que se alterna com rápidas ocorrências de "friozinho" trazido por correntes aéreas da Região Sul do país, impacta na saúde das pessoas. principalmente nos mais jovens e idosos, ocasionando problema respiratórios.
Segundo aponta reportagem do G1, portal da Rede Globo, Mato Grosso atingiu o nível mais crítico das queimadas este ano. De janeiro até hoje, o número de focos é 80% maior do que o mesmo período do ano passado, segundo o Corpo de Bombeiros e a ONG Instituto Cento de Vida.A suspensão de repasses de dinheiro da Alemanha e depois da Noruega para o Fundo Amazônia pode prejudicar vários projetos que incentivam a agricultura sustentável e o combate a incêndios.A situação de Mato Grosso é de alerta ambiental. Em Cuiabá não chove há 100 dias. O clima seco e quente não tem data para terminar e esse cenário favorece o aumento de queimadas. O Corpo de Bombeiros diz que precisa de mais apoio e vê com preocupação o bloqueio do Fundo Amazônia, que até esse ano investiu R$ 12 milhões só em estrutura pra combate ao fogo no estado.Para os bombeiros, o Fundo Amazônia surgiu como uma parceria na compra de equipamentos e veículos. Além da montagem de todo o batalhão de emergências ambientais, dois aviões já foram comprados com o dinheiro e mais um estava previsto para ser adquirido nos próximos meses, além de mais carros pra deslocamento de pessoal e equipamentos de resgate e combate ao fogo. O estado pode ter perdido R$ 35 milhões com o bloqueio do fundo, o que triplicaria as ações.Na última semana o estado registrou cerca de 3 mil focos de calor, que indicam queimadas. De janeiro até agora, são quase 13 mil focos. É o maior número em 7 anos. No norte do estado, são tantos chamados que os bombeiros precisam escolher quais as ocorrências mais graves para atuar."Além do atendimento de resgate pré-hospitalar, nós temos que fazer esse combate. Nós contamos com dois brigadistas contratados pelo município. Mesmo assim, os focos estão em setores totalmente opostos, o quie acaba fazendo com que nosso braço não alcance todas as ocorrências que nos são solicitadas durante o dia", disse o capitão Heraldo Moura, comandante adjunto do Corpo de Bombeiros de Sorriso, a 428 km de Cuiabá.A diretora do Instituto Centro da Vida, Ana Paula Valdiones, que tem projetos de cultivo sustentável na região da amazônia financiados pelo fundo, explica que o bloqueio do dinheiro vai atingir de imediato o próprio governo federal.“Quase 60% do recurso alocado pelo fundo está alocado em projetos de órgãos federais, estaduais e municipais. Então, o impacto da desestruturação do Fundo Amazônia é muito preocupante para a realização da implementação de políticas públicas e iniciativas de práticas sustentáveis na região como um todo”, diz.O coronel do Corpo de Bombeiros Paulo André da Silva Barroso, representante do Comitê Nacional de Gestão de Incêndios florestais afirma que se o Brasil não tiver mais o dinheiro do Fundo Amazônia, precisa encontrar uma outra alternativa.“Se o estado brasileiro deseja defender o meio ambiente contra incêndios florestais, há que se criar alguma maneira de se captar esse recurso, algum fundo”.