Fogo se alastra em Chapada dos Guimarães e chamas “queimam” também imagem de preservação ambiental de Mato Grosso

Fogo se alastra em Chapada dos Guimarães e chamas “queimam” também imagem de preservação ambiental de Mato Grosso FOGOFORTE
Chamas devoradoras do verde de matas e cerrados   Redação   Ganha destaque na mídia nacional as queimadas no entorno da Capital mato-grossense, além de encobrir o céu de Cuiabá de cor cinza-chumbo de fumaça e fuligem dos incêndios, elevando a temperatura da cidade já calorenta para os 41 e 42 graus, principalmente a que se alastra pelo Parque Nacional de  Chapada dos Guimarães.Essa repercussão é negativa para a imagem do Estado, como de resto de toda a Amazônia, com a diferença que nesta parte do bioma do território nacional o fogo saiu fora de controle devido ao aumento exagerado de desmatamentos, ao contrário do que ocorre nas imediações de Cuiabá, onde os incêndios em sua grande maioria são provocados por acidentes naturais (salvo um ou outro caso de ocorrência criminosa) devido a longa seca de mais de 100 dias sem chover na região.Nesse contexto, merece destaque – embora esse aspecto nem sempre seja evidenciado nas reportagens de abrangência nacional e internacional – o fato que o governo estadual, desde que os incêndios começaram há cerca de 20 dias, se apressou em mobilizar todo o seu aparato de segurança e prevenção para combater as chamas, aplicando duras sanções como multas pesadas e até prisões em flagrante de pessoas descobertas praticando desmatamentos e queimadas ilegais em Mato Grosso.PatrimônioA cachoeira Véu da Noiva, principal e um dos mais procurados pontos turísticos de Chapada dos Guimarães foi fechada nesta segunda-feira, 9, por volta das 14 horas por causa das queimadas. Há pelo menos quase três semanas brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMbio), órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente, e soldados do Corpo de Bombeiros do Estado lutam contra as queimadas. Dados apontam que cerca de 13% do parque já foram consumidos pelas chamas. O combate ao fogo fica mais difícil por fatores como o forte calor, baixa umidade do ar e os ventos fortes. O ponto mais crítico das queimadas aconteceu este fim de semana, quando o fogo atingiu o ponto turístico conhecido como Portão do Inferno, às margens da rodovia MT 257, que liga Cuiabá à Chapada dos Guimarães. O combate ao fogo no local começou no domingo, 8, atravessou a noite, e continua por esta segunda-feira. O fogo se alastra rumo a outro ponto turístico, o Complexo da Salgadeira. As chamas também atingiram propriedades rurais na região das cachoeiras do Marimbondo e Geladeira. Fumaça e fuligem Há dias, a capital de Mato Grosso amanhece imersa em uma grande camada de fumaça e fuligem. O fenômeno é resultado da poluição atmosférica em decorrência das queimadas, principalmente na área do parque e em suas imediações. Conforme os Bombeiros, há incêndios ativos em cerca de dez municípios. Existem, diz o órgão, condições adversas ao combate e favoráveis ao fogo: Mato Grosso sofre com uma estiagem de 100 dias, com temperaturas oscilando até 41 graus e a umidade, que neste domingo chegou a 7%. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), até esse domingo, foram 19.711 pontos de calor. Esse é o pior nível dos últimos nove anos.