TRAGÉDIA AMBIENTAL: Calor insuportável e ar sufocante estão associados ao “ciclo de fogo” que se abateu sobre Mato Grosso
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19/09/2019 - 19:31
CALOR
REDAÇÃO
A onda sufocante de calor, que esta semana apresentou picos jamais constatados nos últimos 108 anos (período histórico com registro de temperaturas) em Mato Grosso está associada ao fato que, na prática, várias regiões do Estado passaram a ser consumidas pelas chamas.
E isto ocorrendo numa intensidade jamais vista, nos últimos 8 anos, no território mato-grossense, em que pese a mobilização de recursos humanos e materiais articulada pelo Governo do Estado para enfrentar as diversas frentes e focos de incêndios.
Os dados dessa tragédia ambiental apontam que foram registrados 25.552 focos de calor no Estado, com as chamas se multiplicando por áreas ao Norte e chegando às imediações da Capital mato-grossense, consumindo grande parte do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. É o maior número de focos no período de 1º de janeiro a 18 de setembro desde 2011.
Nesse círculo de fogo, os municípios mais atingidos foram Colniza (1.065 km a nordeste de Cuiabá), Aripuanã (1.002 km a noroeste), Marcelândia (710 km ao norte), Santa Terezinha (1.312 km a nordeste), Nova Nazaré (269 km a leste) e Paranatinga (373 km ao sul).
Nessas regiões, também ocorreram números elevados de desmatamentos ilegais. Situação agravada pela longa estiagem (falta de chuvas) há mais de 4 meses e baixa umidade do ar - o que propicia a propagação das chamas, seja por acidente naturais ou provocadas por pessoas.
Um dos efeitos, além dos notórios prejuízos à saúde dos humanos e danos à flora e fauna, é que a agenda de defesa do meio ambiente, até então discriminada e vista erroneamente como se fosse uma pauta exclusiva de "xiitas" da ecologia, ongs, ambientalistas e de militantes de esquerda, passou a fazer parte da preocupação dos grandes segmentos urbanos, ou seja, de muitos milhões e milhões de pessoas que estão sentindo na pele o desconforto e perigos da degradação.