O MENTOR: Relatório da PJC aponta Valdir Piran como líder da quadrilha que saqueou o Estado com a venda de softwares piratas

RedaçãoRepresentação da Polícia Judiciária Civil (PJC) encaminhada à Justiça aponta o empresário do ramo de factoring Valdir Piran, preso na manhã desta-terça-feira (22), na Operação Quadro Negro, como “líder, organizador e beneficiário” do esquema investigado. Os fatos narrados ocorreram em 2014, último ano da gestão do ex-governador Silval Barbosa e quando várias outras fraudes se intensificaram no Estado.Cerca de R$ 10 milhões em valores atualizados foram fraudados em contratos articulados por Piran junto ao Cepromat para aquisição de softwares que seriam destinados para escolas de Mato Grosso.Os serviços não foram executados conforme contratados, mas tiveram o atestado de “recebidos” assinado pelo então secretário-adjunto da Seduc, Francisvaldo Pereira de Assunção, também preso na operação de hoje. "Assim, para a autoridade policial, Valdir Piran teria assumido a condição de líder da Orcim [Organização Criminosa], idealizador e, ainda, maior beneficiário dos valores desviados do esquema que teria lesado o erário em valor atualizado na ordem de R$ 10 milhões”, diz trecho do pedido de prisão dos envolvidos no esquema comandado pelo empresário e que conta com a participação de mais cinco pessoas, entre as quais o ex-vereador e ex-deputado Wilson Celso Teixeira, o Dentinho, à época das fraudes presidente do antigo Cepromat, atual MTI.Na quadrilha liderada por Valdir Piran competia a Dentinho, como ordenador de despesas do Cepromat, efetuar os pagamentos das aquisções fraudulentas. Já o empresário Weydson Soares Fonteles, proprietário da Avançar Tecnologia Ltda, apresentado por Piran ao ex-governador Silval Barbosa, cabia à tarefa de ser operador da fraude. O ex-secretário-adjunto da Seduc, Francisvaldo Pereira de Assunção, teria atestado o recebimento dos serviços no contrato 40/2014. A contratação era referente a 188.400 licenças de uso de software educacional, no valor de R$ 4,9 milhões.Cabendo a Djalma Souza Soares, também preso, assessorar Dentinho na elaboração de um dos contratos. Sua participação se estendeu ainda a atestar recebimento de serviço não entregue.  Já Edvamilton Lima de Oliveira, outro alvo da Operação Quadro Negro, na condição de fiscal de contrato era responsável para atestar a legalidade da aquisição que, na realidade, se tratava de software pirata.PresosAlém do empresário Valdir Piran, visto como "barão" das factorings em Mato Grosso, foram presos na operação da Polícia Judiciária Civil (PJC) desfechada na manhã de hoje, o ex-deputado Wilson Celso Teixeira, o Dentinho, que era presidente do órgão na época do contrato investigado; Djalma Soares, também membro da diretoria do Cepromat; Francisvaldo Pereira Assunção, ex-secretário-adjunto de Educação, preso neste ano na Operação Fake Delivery; e Weydson Soares Fonteles, empresário na cidade de Luziânia (GO).