BERERÉ DESDOBRADO: Desembargador “caneteia” Botelho, Mauro Savi e mais 15 alvos que tiveram bens bloqueados em mais de R$ 27 milhões
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01/03/2018 - 12:42
tjmt
Redação
Os deputados estaduais Eduardo Botelho, Mauro Savi e mais 15 alvos, entre pessoas e empresas, tiveram os bens bloqueados em até R$ 27, 7 milhões, por determinação do desembargador José Zuquim Nogueira, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Eles são suspeitos de participar de um esquema de corrupção no Detran-MT e foram alvos de mandados de buscas e apreensões desencadeados pela Operação Bereré, levada a efeito pelo Ministério Público Estadual (MPE) e Delegacia Fazendária (Defaz), na segunda-feira (19) e quando foram cumpridos mandados nas residências, escritórios e gabinetes dos parlamentares, além dos demais investigados.
Além dos deputados, a decisão do TJ-MT abrange os seguintes alvos da Operação Bereré: o ex-deputado federal Pedro Henry; os irmãos Marcelo da Costa e Silva e Antônio Eduardo da Costa e Silva; Claudemir Pereira dos Santos, Dauton Luiz Santos Vasconcellos, Roque Anildo Reinheimer, Merison Marcos Amaro e José Henrique Ferreira Gonçalves; José Ferreira Gonçalves Neto, Gladis Polia Reinheimer, Janaina Polia Reinhéimer, Juliana Polia Reinheimer.
As empresas EIG Mercados (antiga FDL); Santos Treinamento e Capacitação Ltda. e União Transporte e Turismo Ltda também foram atingidas pela indisponibilidade.
No pedido de bloqueio de bens, o Ministério Público Estadual (MPE) afirmou que a indisponibilidade é necessária para resguardar o patrimônio público, tendo em vista que os investigados teriam lesado os cofres do Estado em R$ 27,7 milhões.
A operação apura esquema de propia e lavagem de dinheiro operado de 2009 a 2015, por meio do contrato da EIG Mercados com a autarquia, firmado segundo o MPE de forma fraudulenta, sendo que parte dos valores repassados pelas financeiras à EIG retornavam como propina a políticos, empresários e assessores.
A operação é desdobramento da delação premiada do ex-presidente do Detran, Teodoro Moreira Lopes, o "Dóia".
“Dóia” revelou esquemas de corrupção na autarquia, iniciados em 2009, e que renderia, ao menos, R$ 1 milhão por mês.
As empresas FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação Ltda., atualmente EIG Mercados Ltda., e a Santos Treinamento Ltda. teriam sido usadas para lavar dinheiro no esquema.