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Considerada “barril de pólvora”, PCE está no “raio x” da segurança como alvo de atenção redobrada
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29/10/2019 - 14:06
PCE
Por Mário Marques de Almeida
Enfrentando problema crônico de superlotação, que potencializa o adjetivo “barril de pólvora”, conforme muita gente se refere à Penitenciária Central do Estado (PCE), no bairro Osmar Cabral, essa unidade – a principal – do sistema penitenciário mato-grossense tem motivos de sobra para ser alvo de preocupação das autoridades responsáveis pela segurança.E a situação não é mais caótica no local, justamente porque o presídio vem sendo monitorado em Mato Grosso com atenção redobrada, pelos aparatos internos de vigilância, além dos serviços de inteligência.
Manter um foco forte nos presídios estaduais, em especial no maior deles, é uma estratégia correta, pois pode resultar também na diminuição dos crimes fora dos muros das detenções, considerando que a criminalidade que está solta, com frequência, cumpre ordens dos chefões presos para cometer roubos, assaltos, sequestros e assassinatos.Essas ações e que ocorrem na maioria das vezes sem o conhecimento do público e da própria imprensa, é que evitam, preventivamente, que o “barril” exploda. Razão pela qual a PCE não está entre os casos mais graves no âmbito nacional, coalhado de “barrís de polvóra” e que frequentemente explodem em motins e brigas sangrentas entre facções, conforme a mídia vem mostrando.Casos, aliás, que de tão rotineiros não causam mais espanto nas pessoas, principalmente por se tratar de erupções no cerne de “tumores” sociais – os presídios e onde a violência endêmica e estutural que permeia a sociedade brasileira, costuma aflorar com mais intensidade e horror nesses “depósitos” de rejeitos humanos.Nesse contexto em que as cadeias no Brasil, via de regra, são vistas como “universidades do crime” e que já estão fora do controle do poder público e são comandadas por facções criminosas, as unidades prisionais, com raríssimas exceções, deixaram de cumprir com o preceito de que a pena, mais do que punir, deve servir para recuperação dos detentos.Graças ao “raio x” permanente de investigações feitas pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp), descobrindo a autoria de crimes no presídio, é que episódios potencialmente “incendiários” e capazes de desencadear onda de violência extremada, como o da morte recente por enforcamento de um detento, que seria um dos lideres do PCC, não se transformou em estopim para uma guerra entre as facções PCC e CV.EntendaLuciano Mariano da Silva, o ‘Marreta’, tido como um dos cabeças do CV, foi para o isolamento dentro da PCE, nesta segunda-feira (28), para garantir a integridade física dele. Marreta é um dos suspeitos da morte do colega Paulo Cesar da Silva, o ‘Petróleo’, no último domingo (27). O corpo de Paulo foi encontrado pendurado por um lençol junto à grade da sela. As primeiras informações deram conta de um suicídio, mas quando a Perícia Oficial e de Identificação Técnica (Politec) encontrou marcas de violência no corpo. Quando do enforçamento de um dos chefes do PCC, além de Marreta, estavam na cela. Baltazar Luz de Santana, preso em 2018 em Cuiabá. Ele é apontado como membro do CV responsável e condenado por organizar ataques criminosos na cidade; Sidney Bittencurt, o ‘Fuzil’, preso em operação de combate ao crime organizado e Pedro Paulo Ferreira Pinheiro, com mais de 6 passagens criminais por tráfico, roubo e até homicídio. Investigação apontou que ele e Petróleo tinham um esquema junto com policiais militares e com os ex-diretores da PCE que permitia a entrada de celulares e outros objetos dentro da unidade prisional. A apreensão de um freezer com mais de 80 celulares resultou na operação.