GUINADA HISTÓRICA: Desmatamento da Amazônia cresceu 100% em novembro; em MT a ordem é “tolerância zero” com crimes ambientais
GUINADA HISTÓRICA: Desmatamento da Amazônia cresceu 100% em novembro; em MT a ordem é “tolerância zero” com crimes ambientais
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14/12/2019 - 08:57
Redação
O desmatamento na Amazônia brasileira saltou para o nível mais alto para o mês de novembro desde o início da manutenção de registros em 2015, de acordo com dados preliminares do governo publicados nesta sexta-feira.
A destruição da maior floresta tropical do mundo totalizou 563 km² em novembro, 103% a mais do que no mesmo mês do ano passado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Isso elevaria o desmatamento total no período de janeiro a novembro para 8.934 km², 83% a mais do que no mesmo período de 2018 e uma área quase do tamanho de Porto Rico.
Os dados divulgados pelo INPE foram coletados através do banco de dados DETER, um sistema que publica alertas sobre incêndios e outros tipos de empreendimentos que afetam a floresta tropical.
Os números do DETER não são considerados dados oficiais de desmatamento. Isso vem de um sistema diferente chamado PRODES, também gerenciado pelo INPE. Os números do PRODES divulgados no mês passado mostraram que o desmatamento subiu ao ponto mais alto em mais de uma década este ano, saltando 30% de 2018 para 9.762 km2.
Guinada histórica
O desmatamento geralmente diminui em novembro e dezembro, durante a estação chuvosa da região amazônica. O número do mês passado era extraordinariamente alto.
Pesquisadores e ambientalistas culpam o presidente Jair Bolsonaro por encorajar fazendeiros e madeireiros ao enfraquecer a agência ambiental do governo, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disseram que governos anteriores tiveram um papel importante no aumento do desmatamento, dizendo que políticas incluindo cortes no orçamento de agências como o Ibama estavam em vigor bem antes da posse do novo governo em 1º de janeiro.
O Ministério do Meio Ambiente não fez comentários sobre os dados do DETER de novembro.
MATO GROSSO
Em Mato Grosso, um dos nove Estados que integram a Amazônia Legal e anteriormente pontificava entre os campeões de desmatamentos no país, a ordem do governador Mauro Mendes é de “tolerância zeeo” com os desmates e queimadas ilegais.
Nesse sentido, o governo vem investindo em capacitação técnica de seus agentes incumbidos da fiscalização e em ferramentas tecnológicas para identificar ocorrências de crimes ambientais em tempo real.
O Estado adotou, recentemente, um sistema de monitoramento de desmatamento com imagens do sistema Planeta, que mostra a localização exata e com grande resolução sobre a área no momento em que está sendo desmatada.
Com isso, o número de fiscalizações aumentou a partir de agosto e foi adotada, entre outras medidas, uma estratégia de começar a telefonar para os proprietários de terra quando a Sema detecta que um desmatamento está em curso. Caso o crime ambiental prossiga, os agentes fiscais entram em campo para as providências cabíveis.